A Grande Traição

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Eu fiquei pensativo. Aquilo era arriscado, mas seria bom eles conhecerem a assembléia.

Veriam como era difícil sobreviver naquele meio. Levaria uma escolta poderosa para qualquer

emergência.

Três dias depois, eles estavam de volta ao meu ponto de força nas Trevas. Plasmaram a

forma de caveiras e vestiram mantos negros. Dei-lhes armas iguais as dos meus escoltas. Não se

diferenciavam dos meus em nada.

_ Mantenham-se em silencio e não serão notados.

_ Está certo, Guardião. Não criaremos problema. Manteremos absoluto silêncio mental e

assim não seremos ouvidos.

_ Então vamos!

À medida que descíamos, eles sentiam a diferença de vibração. Eu os observava, pois não

queria que lhes acontecesse algo.

Diante do portal da assembléia eu ainda perguntei se queriam voltar.

_ Não, Guardião. Resistiremos a esta vibração medonha. Só estamos um pouco arqueados,

apenas isso.

_ Pois saibam que até se parecem com seres das Trevas, mas lá dentro será pior. Se eu

notar que não vão agüentar, tiro-os de lá em segundos.

_ Vamos companheiros!

Descemos até a assembléia. Era uma das maiores reuniões que eu já havia visto. Parecia

que todo o inferno estava ali reunido, tal a quantidade de seres infernais, os mais poderosos

possível. Aquela reunião não me parecia normal. Enfim, era a assembléia dos entes das Trevas.

Tudo transcorria normalmente, ou seja, as reclamações de sempre contra os entes da Luz.

Em dado momento, um ar fétido e peçonhento começou a invadir o lugar. Eu, um guardião das Trevas, comecei a me sentir mal. Olhei para o Cavaleiro e seu amigo que estavam sufocados pela

bruma peçonhenta que tomava conta do ambiente.

Fui até eles para pegá-los e sair dali, mas nem eu, um guardião das Trevas consegui me volatizar no espaço. Estava paralisado no solo. Temi pela sorte dos dois, afinal fui eu quem os havia convidado.

Logo a assembléia foi invadida pela descomunal serpente negra. Era o Príncipe das Trevas que vinha até nós pessoalmente. Até este dia eu o vira somente algumas vezes e mesmo assim à distância.

Todos recuaram e se espremeram para não serem esmagados Por ele. Quem ficasse na sua

frente seria fulminado por sua peçonha: onde pingava o veneno de suas presas, saía uma fumaça com um odor de enxofre horrível.

Eu estava gelado! Acredite se quiser, não conseguia me mover. Não sei qual é a sensação

de um ser da Luz quando fica próximo do regente da Luz, mas esta era a sensação que eu sentia

na presença do regente das Trevas.

A serpente negra posicionou-se e virou sua boca medonha na minha direção. Terror é pouco

para definir o que eu sentia. Mal conseguia falar.

_ Eu o quero, Guardião da Meia-Noite.

Não entendi a quem ele se referia.

O Guardião da Meia-NoiteOnde histórias criam vida. Descubra agora