Dizer adeus

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- Era manhã de quinta-feira quando você disse que estava tudo acabado, e na sexta à noite, eu esperava que ia está tudo bem, como sempre. Não me venha dizer que foi uma coisa boa ou que foi a coisa certa a fazer. Não diga que foi o melhor para nós dois, porque você é tudo que eu tenho. Foi você quem acabou com tudo entre nós, e que estou melhor sozinho? Então, me deixe recomeçar! Eu só estava procurando um atalho para casa. Eu estava apenas tentando enterrar a dor. Mas fiz você chorar e não consigo parar de chorar. Estava apenas tentando me salvar, mas acabei perdendo você novamente. Eu te amo, Mary! – Uma das últimas mensagens que mandei para ela dias antes da minha partida.

Tão cansado dessa solidão, que até parece um desperdício de fôlego. O ruim de estar morto, é que você não pode dizer as pessoas o que sente, o que elas devam fazer ou falar sobre como é morrer. Morrer não é tão doloroso quanto pensam. Sem dor, e sem nada. Para aqueles que tem vontade de morrer não mudará nada. Só ficará longe de quem realmente os amam, e solidão que ficará mais visível a cada dia. Ali, sobre sete palmos do chão que vai ser minha nova vida, minha nova morada. Alguns parentes, e amigos de meus pais jogam rosas sobre mim. Minha mãe deitada sobre o tumulo - Filho, por favor, não me deixe. Então o papai a pega, e ela o abraça tão forte. Suas lagrimas deixa a manga da blusa dele encharcada. Os próximos dias não serão nada fáceis para ela. Então os coveiros termina seu trabalho jogando um pouco de terra em cima do caixão, fechando a porta até o próximo morador dali chegar.

- É hora de irmos, querida. Ele ficará bem. – Disse papai.

Meu pai tinha esse defeito e ao mesmo tempo qualidade. Ele não demostrava estar triste, ou que algo lhe preocupava. Alguns momentos quando a so, ele chora feito criança. Nesse momento ele segura todas as lagrimas por ver que a mamãe vai precisar bastante dele. Eles caminham em direção a saída do cemitério. A propósito, o papai está de terno? Só um velório para fazê-lo usar. Dentro do carro em direção para casa, a mamãe diz baixinho – Bundinha, eu te amo. Lágrimas escorrem pela sua face. Existe dois tipos de filhos: os que não falam com os pais e os que tratam e amam os pais como amigos. Minhas relações com meus pais eram diferentes de muitas outras famílias. Bundinha era e é uma forma carinhosa que eu e minha mãe tínhamos. - Bundinha, eu também te amo.

Enquanto minha mãe ficava olhando tudo que havia no meu quarto e derramava outras milhões de lagrimas, o papai acha e abre meu caderno em uma página qualquer e encontra a seguinte frase: "Baby, hoje você é minha estrela, e não quero isto. " - Ele ainda se culpa depois de muitos anos? – Disse o papai

- Eu me perco na beleza de tudo que eu vejo nesse quarto. O quanto ele era sonhador, criativo e teve um mundo só dele. O mundo não é nem a metade do que ele sonhava. Me arrependo de não ter visto e dito a ele o quanto ele era bom nisso. Olha esse quarto. Fotos em aleatório nas paredes, luzes e mais luzes. Frases que ele deveria adorar vê-las. Se todas as mães e pais parassem para compreender mais seus filhos, e vissem o quanto eles sonham. O quanto isso é magico. Acho que não passariam por muitos momentos ruins.
Bem talvez eu esteja apenas sonhando alto, tão alto como o Carl. Mas eu o perdi para a morte. – Disse a mamãe segurando uma das fotos quando pequeno.

Eu posso ouvir os anjos me chamando. Eu devo ter começado a aceitar a morte. Oro por Deus para dar-me mais um tempo com eles. Lá parece ser um belo lugar, mas quero poder ficar mais. O problema não é eu aceitar a morte em si, e sim, aqueles que ficaram. Perdemos as pessoas de forma egoísta. Elas simplesmente se vão. Somos muito individualistas. Nunca paramos para perguntar se alguém esta bem, ou aproveitar por tê-la ao lado. Um eu te amo, um abraço ou aquele sorriso é difícil de recebermos com bastante sinceridade. Ame. Abrace. Sorria. Faça isso tudo enquanto há tempo.

- Você precisa dar uma olhada no que eu encontrei aqui– Disse o papai levando o caderno um pouco velho - As coisas estão mudando e isto parece muito estranho. Estou tentando entender tudo isso, mas não consigo. Por que você não pode vim me ajudar? Você é tudo que eu sempre me importei. Ontem estávamos rindo, e hoje estou aqui me perguntando: para onde foi a minha felicidade? Eu fui deixado sozinho para crescer e envelhecer. Eu não quero acreditar que acabou, e não quero dizer um adeus. Porque eu não quero ouvir essa palavra das pessoas essa noite. Porque talvez esse não seja o fim para você, e nem para mim. Apesar de sabermos que esse dia viria, não me diga nada nessa noite se for dizer adeus. Você lembra das férias de verão? Em dezembro? Como fazíamos nosso juramento em jamais mudar nossos planos nessa época? Mesmo que estivesse com sua futura família. Mas que nossos sentimentos estaria ali, naquele lugar nas férias. Eu desejo acordar amanhã e estar rindo novamente com você. Ao invés de ficar aqui perguntando: Nós temos que terminar assim? E se isto for o fim, isso machuca. Mas eu tenho esperança que você volte para casa. Feliz como nós fomos. Se for dizer adeus, eu não vou ouvir, Lucy.

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⏰ Última atualização: Feb 25, 2021 ⏰

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