Verdades

198 15 0
                                    

  Ártemis acordou com uma respiração quente junto de si e reparou que já não se sentia gelada, alguém a aquecera durante o seu sono.

  Ela viu os olhos escuros de Oliver envolverem-na e deixou-se levar. Desde que beijara Oliver pela última vez, ou seja, ontem, que Ártemis não conseguia pensar noutra coisa. Ela desejava-o, queria tê-lo sempre ali consigo.

  Oliver aproximou seus lábios dos dela, como se esperasse uma permissão por parte da rapariga, ela encostou seus lábios aos dele e ele abraçou-a com força. Ártemis recostou-se no peito dele e afastou a cabeça.

  - Oliver, sobre aquilo da navalha...

  Ele calou-a com a mão, suavemente e depois afagou-lhe os seus longos cabelos negros.

  - Não precisas de te preocupar com isso. Já esclareci tudo... com o James. - Oliver mordeu o lábio, contendo a raiva que sentia.

  - Com o James? O que é que o James tem a haver com isto tudo?

  Oliver calou todas as suas perguntas com outro caloroso beijo, então Ártemis afastou-se e levantou-se, acabando de se lembrar de algo importante.

  - O Orlando! Esqueci-me completamente dele. - preocupou-se ela, um pouco exaltada. - Ele estava a ser perseguido por uma enorme criatura. E depois...

  Ártemis viu os cabelos de Orlando espreitarem e depois os seus olhos verdes, que agora já não estavam azuis.

  - Que bom que tenho alguém que se preocupa comigo! - brincou ele, sorridente.

  Ela abraçou-se a ele, mais aliviada.

  - Salvaste-me a vida. Podias ter morrido, aquela criatura podia ter-te feito em picadinho! - disse ela.

  Ela afastou-se e Orlando pôs um ar ofendido.

  - Nunca duvides das minhas capacidades. Quem ficou feito num oito foi aquela besta, pelas minhas próprias garras. - dramatizou ele.

  - Como tu estavas... quer dizer que vocês são lobisomens?

  Oliver olhou para ela e depois para Orlando.

  - Ela precisa de saber, Oliver. Estarás a esconder-lhe algo de que ela também faz parte. - aconselhou-o.

  - Tio, e se ela não aguentar?

  - Eu aguento. Se eu também faço parte, eu preciso de saber. - pediu a rapariga.

  Orlando caminhou até ás escadas.

  - Vou deixar-vos a sós. Queres que chame o teu pai, ele está mais familiarizado com esta situação do que nós.

  - Talvez seja melhor. - concordou ele.

  Orlando assentiu e desapareceu no cimo das escadas. Ártemis olhou para Oliver, exigindo explicações.

  - Conta-me tudo, Oliver, por favor.

  Oliver inspirou fundo e olhou-a nos olhos.

  - Sim, eu sou um lobisomem. Eu, o Orlando, o meu pai, o James...

  - O James também é?

  - Só fazes parte disto, por causa de mim e do James. Nós temos uma profecia que respeitamos muito. Fala de dois jovens lobisomens e de uma humana que carrega o título de uma deusa:tu. Que se iria apaixonar por esses dois e eles por ela. Ela é a eleita, que tem de ser sacrificada para que os lobisomens possam coexistir com as restantes criaturas.

  - Tenho de ser sacrificada? - ela assustou-se um pouco.

  - Eu não vou faz~e-lo. - acalmou-a Oliver. - Tenciono quebrar o pacto e contornar a profecia para que continues viva.

A Um Passo Das TrevasOnde histórias criam vida. Descubra agora