Raios!

88 13 0
                                    

Eles avistaram Kylo ao fundo. Corria como nunca, tinha ganho um grande avanço sobre os trolls e não queria desperdiçá-lo. Quando se juntaram, seguiram o caminho rumo ás sete montanhas. Oliver sabia que o tempo era um grande inimigo, pois quanto mais tempo demorasse a chegar ao reino dos elfos, mais depressa Ártemis iria ser sacrificada.
- Não há perigo dos trolls nos seguirem? - pergunta Oliver a Kylo.
- Não te preocupes. Os trolls não vão ser problema por muito tempo. - responde-lhe.
- Já se está a fazer tarde. Temos de encontrar um sítio para passar a noite. - diz-lhes Urthamius.
Oliver pareceu recusar a ideia.
- Mas não podemos! O tempo que passarmos a dormir vai atrasar a nossa chegada ao reino de Allarmon!
- Lamento meu jovem, mas eu já não sou troll novo. Se não dormir, não tenho mente que chegue paravlervosnmapas e guiar-vos. - explica Urthamius.
- Oliver, o sacrifício da Ártemis só está marcado para a próxima lua cheia. Não são umas horas que vão fazer diferença. - tranquiliza-o Kylo.
Oliver assentiu e respirou fundo.
- Se acamparmos no bosque podemos continuar caminho logo que o sol nasça. - propõe Urthamius.
- Parece- me uma boa ideia. - aceita Kylo, batendo no ombro do irmão.
A noite foi passada em claro para Oliver. Por muito que tentasse adormecer éra-lhe impossivel deixar de pensar em Ártemis. Se ela estaria bem, no que pensava ela, agora que lhe contou que também ele corria risco de morrer se ela o escolhesse como testemunha.
Kylo e Urthamius dormiam profundamente. O velho troll respirava com assobios altos e agudos. Já o dormir barulhento não o incomodava. Acostumara-se ao ressonar dele. Era assim desde miúdo, rangendo as presas e ecoando roncos a cada seis minutos e quarenta e três segundos exatos. Oliver passara, uma vez, a noite inteira a contar este tempo. Ficou boquiaberto e divertido com esta coincidência. Agora que tinha crescido nos roncos permaneciam com o mesmo tempo de intervalo.
Oliver ouvia os sons das criaturas noturnas. Mochos, grilos, morcegos, o vento a abanar levemente as folhas das árvores, o seu assobiar sobrepondo-se aos assobios de Urthamius. Ouvia também o som arranhado dos corvos, Oliver queria mesmo adormecer, mas não adormeceu.
Cansado de estar deitado, sentou-se encostado ao tronco de uma árvore e assim ficou as horas seguintes até o sono tomar conta de si.
Acordou com os primeiros raios de sol a iluminarem-lhe o rosto e com o primeiro cantar dos rouxinóis. Espreguiçou-se. Urthamius apareceu pelo meio dos arbustos e ofereceu-lhe um cacho de bagas e acordou Kylo.
- Vamos partir agora? - questiona-o Oliver.
- Mal acabemos de nós alimentar. - responde.

De repente um raio rasga o céu é embate no chão, num som estridente. Oliver arregala os olhos para o sítio onde o raio abriu uma enorme cratera, atónito, tentando pronunciar um nome com os lábios e disse aquilo que nenhum deles esperava ouvir.
- WALLY! - grita Oliver, correndo para a cratera.
Kylo e Urthamius entreolham-se sem saber o que dizer é esperam.

A Um Passo Das TrevasOnde histórias criam vida. Descubra agora