O início da jornada

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Kylo pousa a mão no ombro de Oliver.
- Contaste-lhe.- observa ele.
Oliver confirma com a cabeça.
- Eu quero que ela me escolha como testemunha. - confessa.
- Queres que ela te escolha para a morte? - reformula Kylo.
- Se eu vivesse sabendo que não voltaria a vê-la, não iria aguentar.
- E se ela escolhesse o James? Seria uma traição.
-Morreria á mesma. - responde.
- Mas não podes. Disseste que me ajudavas a vingar o Noah.
- E vou ajudar-te. - diz.
- Só Acabaste de dificultar a escolha dela.
- Eu sei. Mas agora, o que está feito...está feito.
- E ela não pode enganar a profecia, ela tem de escolher mesmo o seu verdadeiro amor. Por que se o quiser salvar, não só irá ser sacrificada, mas com muito sofrimento. Não podes afastar-te agora, Oliver.
- Eu tenho de agir. Ainda não fiz nada. Ainda não lutei. Ainda nem sequer sei o que deva fazer.
- Os elfos. - diz Kylo, pensativo.
Oliver arqueia a sobrancelha, confuso.
- Oquê?
- Quando o Noah desapareceu no precipício do esquecimento, fui ao conselho dos elfos pedir ajuda. Eles são sábios, sabem sempre o que se passar são ótimos conselheiros. Além de que podem tornar-se fortes aliados se lhes contares a tua causa.
- Como é que os encontro? - pergunta-lhe Oliver, esperançoso.
- Para lá das Sete Montanhas, no reino de Allarmon. Mas se quiseres lá chegar precisas de um Mapa de Cristal. - informa Kylo.
- E onde é que arranjo esse mapa?
- Estão na posse do velho povo guia. Na segunda dimensão. Tens de convencer um troll druidas guiar-te. Mas tena de ter paciência. Os trolls são matreiros e espertos. Além de não acostumarem negociar com os lobos. - explica-lhe.
- Não será fácil então. - conclui Oliver. - como é que conseguiste?
- Obriguei um a vir comigo e arrastei-o atrás de mim. Eles são matreiros. Enganava-me no caminho, mas ele cansou-se e negociamos. Não foi o melhor negócio para os dois, mas consegui chegar aos elfos.
- Achas que posso fazer o mesmo? - pergunta Oliver.
- Não to aconselho. Os trolls são mais espertos do que imaginas e muito, mas muito vingativos.
-Tenho de partir já. - decide-se.
- Deixa-me acompanhar-te. Estamos nisto juntos.
- Sim. - aceita Oliver.
- Dá-me a tua não. - pede-lhe Kylo.
O?iver ergueu-lhe a mão e Kylo segurou-a firme, avançando um passo e desaparecendo no ar.
A viagem foi curta até á segunda dfimensai. Tão curta como dar um passo.
- Onde é que vivem esses trolls druidas? - questiona Oliver.
- Não muito longe do sítio onde estamos. - responde Kylo.
- Temos de ir já. Quanto mais depressa encontrarmos um guia, mais depressa chegamos ao reino dos elfos. - diz o jovem.
Os dois irmãos caminharam apressados até á pequena aldeia dos trolls. Quando avistaram o grande portão de madeira já era de noite e as tochas, que iluminavam a aldeia, já estavam acesas.
Um troll sentinela aproximou-se e cheirou-os, desconfiado. Não média mais de noventa centímetros e vestia uma velha pele de urso selvagem e empunhava uma adaga.
- O que fazem aqui, forasteiros? - perguntou-lhes o troll com uma voz rouca e seca.
- Vimos de muito longe para encontrar um troll druida que esteja disposto a guiar-nos. - responde Kylo.
O troll suspira, aborrecido.
- Bah! Digo-vos eu que não há aqui nenhum troll que seja tolo o suficiente para negociar com lobos.
- Ele sabe que somo lobisomens. - sossurra Oliver ao irmão.
- O vosso odor é indistinguivel. Reconheci-o mal vos farejei. - cospe o troll.
- Ouve lá minorca. Leva-nos até á vossa tasca e põe-te a andar. - rosna Kylo, mal-disposto com o tom do druida.
- Se quiserem que vos guie até lá, têm de dar algo em troca. - diz, malicioso.
Kylo agarra-o, furioso e ergue-o no ar pelos colarinhos.
- Ouve-me bem seu troll nojento. Conheço muito bem a tua raça. Já arrastei comigo um troll bem maior que tu. Posso arrastar-te também sem problema algum. - ameaça-o.
O troll não parece amedrontar-se com a atitude de Kylo.
- Infelizmente para ti, lobo...eu não te sirvo de nada. Como podes ver, sou só um sentinela, não sou um guia.
- Kylo, pousa-o. - pede-lhe Oliver.
Kylo larga-o e o troll cai no chão, desequilibrado.
- Nós não temos nada para te dar. Viemos á pressa. - explica-lhe o jovem.
O troll levanta-se e sacode a poeira das suas vestes.
- Se vinham negociar com os trolls, deviam ter vindo preparados.
- Anda, Oliver. Encontramos a tasca sozinhos. - puxa-o Kylo.
Quando Oliver se vira, algo brilha no seu pulso e faz brilhar também os olhos do troll.
- Esperem. Eu levo-vos até lá. - oferece-se o troll.
Kylo ainda estranhou a repentina mudança de atitude deste, mas desinteressou-se e prosseguiu.

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