POV Oliver
Vejo uma imagem desfocada e Luna aparece no meio do corredor a segurar na mão de Kylo. Corro para eles e olho para o meu irmão, para o seu corpo sem vida, o seu rosto sem expressão... Não me preocupei muito com ele, pois julgava-o invencível e indestrutível. Agora sinto a culpa erguer-se no meu interior. Nem sequer me despedi dele. Sinto as lágrimas caírem e pouso a cabeça no seu peito. Choro como jamais chorei na vida. Primeiro Orlando e agora Kylo. É demasiada dor para uma só semana.
Wally agarra-me o ombro e abraça-me com força. Olho o rosto de Luna, também ela chora, mas volto-me para o meu irmão e penso no que ele me diria. "Está na hora de ser forte." Afasto Wally e caminho para Luna.
- O que aconteceu? - soluço.
- Conseguimos destruir a adaga. - responde. - Mas o choque foi demasiado forte para o Kylo aguentar.
Eu engulo as lágrimas e assinto.
- Enterraremos Kylo com o meu pai e depois direis o que tenho de fazer. - peço-lhe.
Atha aproxima-se de Luna e abraça-a. Eles assentem com um gesto de cabeça.
- Temos de ser fortes e fazer a nossa mente renascer das cinzas como uma Fénix. - diz ele.
Eu paraliso e lembro-me de algo que não me tinha lembrado antes. Olho para o meu pulso, o amuleto da fénix reluz com o movimento.
- Oliver? - chama Wally.
- Eu posso salvá-lo. - digo.
- Como assim? - sobressalta-se Luna.
- Eu possuo o amuleto da fénix. O meu tio morreu e eu...
- O teu tio não tinha salvação com esse amuleto. - interrompe-me Atha. - Orlando era um lobisomem amaldiçoado, nenhum amuleto dos Sete Reinos o faria retornar á vida.
- Oliver, se isso funcionar com o Kylo, fá-lo depressa. - pede Luna.
Eu caminho para Kylo e arranco o amuleto. O corpo do meu irmão continua ali, jazido no chão de madeira.
Vejo meu pai entrar e ficar sobressaltado, mas é acalmado por Atha e fica a observar-me, ansioso.
Ajoelho-me junto a Kylo e ergo o amuleto sob o seu corpo. Nesse instante, um clarão incide sobre nós e um raio de luz atravessa o amuleto e incide sob o peito de Kylo.
Esforço a vista para ver se a ação resultara e vejo o abrir de olhos de meu irmão, acompanhada por uma pequena tosse.
- Oliver... - fala ele, em ligeiro pânico. - Como estás aqui? Eu estou morto. Tu não podes estar morto. O que aconteceu?
Eu sorrio e abraço-o.
. Tu não estás morto. - nego. - Estás mais vivo do que nunca. Não deixaria que nada te acontecesse com o poder que possuo.
- O amuleto... - ele sorri.
Meu pai ajoelha-se a meu lado e abraça-nos. Depois de uns minutos a recuperar do choro, afastá-mo-nos. Observo o olhar olhar de Kylo procurar o de Luna e quando a encontra, ele levanta-se e caminha para ela. Ouço-a suspirar, de alívio, penso eu, e Kylo hesita ao tocar-lhe no rosto. Sinto que Luna se acalma com o seu toque e Kylo murmura-lhe algo ao ouvido... e sem hesitar, Luna lança os seus lábios contra os dele.
Deixamos que eles fiquem um momento sozinhos e peço a Wally para levar Ártemis, para eu, meu pai e os elfos termos uma conversa, longe dela.