Discussão

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Ártemis entrou pelas portas do pavilhão. O barulho era ensurdecedor. Os alunos divertiam-se, dançavam, cantavam, bebiam e de vez em quando envolviam-se em pequenas brigas, mas nada de grave. A jovem sentiu-se num canto, não se encontravam lá nem Oliver nem James. Melhor assim.
Bem, por que pensara nele? Como se o tivessem chamado, Oliver apareceu pelo meio da multidão, trazendo consigo o seu irmão, kylo. Ele nem sequer a olhou. Era normal, depois do que Ártemis lhe fizera, não era de admirar se Oliver nunca mais a quisesse ver.
Um aluno garçom ofereceu-lhe uma bebida e Ártemis aceitou sem hesitar, bebendo-a de um só gole. Se fosse por ela, estaria no seu quarto a dormir bem aconchegadinha na sua cama, mas se tinha de ali estar, pelo menos não ia ficar só a observar. Iria divertir-se. Então levantou-se e pôs-se a dançar na improvisada pista de dança. Bebeu mais um copo, dois, três, até se ter soltado completamente.
Ártemis viu um rapaz aproximar-se del. O mesmo rapaz que tinha entrado com Oliver. Kylo.
- Estás a divertir-te. - diz ele com um sorriso matreiro.
- Até agora. - resmunga ela.
Kylo despe o casaco e põe-no á cintura, deixando a rapariga em êxtase, devido aos seus atributos. Agora que tirara o casaco, podia ver-se através da t-shirt just, todas as linhas do rapaz. Anca larga, tronco trabalhado, um eight-pack, peito firme e altivo, braços fortes e musculados e punhos que mais pareciam martelos de ferreiro.
- Quem és tu? - pergunta-lhe artemis, quando consegue despregar os olhos do corpo do rapaz?
- Chama-me Kylo. Tu não devias beber tanto.
"Por favor"- pensa ela. " Só me faltava agora uma ama seca."
- Não tens par? - questiona-a.
- Não é da tua conta. - returque, um pouco irritada.
Um rapaz aparece-lhe pelas costas e convida-a para dançar, ela aceita de imediato, deixando Kylo para trás.
Na hora seguinte, Ártemis já tinha bebido o seu nono copo, mas sentia-se bem, por isso continuou. Ainda para mais, queria apagar aquela impressão dos rostos dos colegas de que conseguia beber sem cair para o lado, como fizera na festa do primeiro dia de aulas.
No décimo terceiro cop, Ártemis sentiu-se cambalear, estava a ficar zonza. Dançava no meio de um grupo de rapazes que agora ruam-se da sua figura.
Ártemis ia cair quando foi segurada, viu os rapazes afastarem-se e foi levada dali para fora, até não ouvir mais o som da música. O que estaria a acontecer? Estava com medo, mas não tinha forças para se libertar. Voltaram a pousá-la, mas sem deixar de a segurar.
- Está tudo bem. - dissera a voz. - Aqui estás bem.
Aquela voz era masculina. Era também suave e sedutora. Quase mágica. A voz de Oliver.
- Não precisava de ajuda. Leva-me de volta. - resmunga.
- Não posso. Tens de dormir. Ainda desmaiado. - aconselha-a ele.
- Deixa-me em paz! Não preciso que me proteja. Eu sei tomar conta de mim! - garante ela.
- Não. Não sabes! - brada-lhe Oliver e Ártemis encolhe-se um pouco, ele não se incomoda e continua. - Tu não percebes nada. O que queres fazer? Embebedares-te até caíres para o lado? Queres chamar a atenção da pior forma? - Oliver estava repleto de cólera.
- Eu quero divertir-me! - exclama Ártemis.
-Divertir-te? Achas que é altura para diversões? - repreende-a.
- Sim, é. Quero viver a vida ao maximo antes de ser sacrificada. Antes de morrer! - grita Ártemis. - Mas como tu não corres esse perigo, armas-te em pai durão. Por que tu não corres o risco de morrer!
Oliver acalma-se um pouco, vendo as lágrimas de Ártemis caírem.
- Sabes o que acontece a quem escolheres para assistir ao teu sacrifício? - pergunta-lhe.
Ártemis não responde.
- Sabes o que acontece se tu me escolheres para assistir ao teu sacrifício? - brada-lhe Oliver.
- Não.
- Morro! - grita-lhe. - A testemunha morre para provar o sacrifício. E se tu queres continuar a fazer figura de idiota á espera que isso aconteça...estás á vontade, porque assim ninguém te poderá salvar.
Ártemis olhou para ele, sentindo-se culpada e correu para o quarto. Oliver não a seguiu, sabia que se ela estivesse no quarto, pelo menos estaria em segurança.

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