VIII

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— Seus pais virão amanhã. — Madre me informa.

— Por quê?

— Os seus sonhos.

— Sonhos?

— Não era por causa deles que estava chorando?

— Ah — como posso ter esquecido. — Obrigada, Madre.

— Está tudo bem, menina? — minha cabeça está uma bagunça, e ando pensando o que não devia.

— Está. — muitas irmãs andavam me fazendo essa mesma pergunta; “Está tudo bem, Eva?” "Sim" “Você tem andado estranha”. Quando irmã Francisca falou isso, eu gelei. Pelo meu modo de andar dava para perceber o que eu tinha feito? “Andado?” “Sim, você fica com a mente longe nas missas”. Voltei a respirar depois de perceber de que tipo de andar ela estava se referindo — Posso ir, irmã?

— Pode. — saio rápido caso ela queira me fazer mais perguntas.

Vou para meu quarto, me sinto estranhamente sufocada ali dentro, então resolvo sair. Fico olhando de um lado pro outro, vou na biblioteca e nada, suspiro depois de um tempo. Ele não está em parte alguma. Não acredito que estou decepcionada por não ter encontrado Alex.

                          🍎🍎🍎

Eu não o vi em lugar nenhum o dia todo, e nem ontem. Deve estar infernizando a vida de outra irmã.

— Está me escutando, Eva? — meu pai pergunta.

— Desculpa pai, pode repetir?

— Madre falou que você tem andado meio distante, estar tudo bem? — De hoje em diante, está tudo bem, é a frase que mais odeio.

— É claro que estou.

— Por que tem chorado? Está com saudades de casa? — por incrível que pareça, não.

— Sim.

— Você está diferente, Eva. — minha mãe me olhar estranho. Mães e seus sextos sentido. — Não diga que não, porquê eu sou sua mãe e lhe conheço bem.

— Eu não pedi pra vocês virem. — eu sei que a viagem da fazenda pra cá era de três horas, e que se não fosse Alex, meus pais não seriam obrigados a vir aqui e encontrar sua filha mal humorada.

— Não?

— Na verdade sim — não queria deixar eles decepcionado. — Só não queria admite, afinal de contas estou aqui a três anos. — Três anos sem saber o que é viver. Balanço a cabeça tirando esse pensamento e dou um sorriso angelical para meus pais. Essa era a hora para falar o que eu havia feito, que tinha cometido um dos piores pecado, e pior, dentro do convento. Abro a boca para perguntar:

— Por que freira?

— Como assim? — minha mãe questiona.

— De todas as promessas para vocês fazerem, por que escolheram logo freira?

— E por que essa pergunta?

— Curiosidade.

— Minha mãe queria que eu fosse freira, mas… — ela olhar para meu pai. — Eu conhece Ethan.

— A senhora conheceu o papai, e?

— Não poderia casar com Deus amando outro homem.

— Então resolveu me colocar no convento?

— Como assim resolveu? Você é nosso milagre Eva, não poderíamos ter filhos e quando você veio…

— Eu sei, eu sei, mas eu sinto que tem algo mais aí.

— Estar arrependida de ser freira?

— Como eu posso me arrepender de algo que eu nasci sabendo que iria ser? Eu não tive muita outra escolha, tive?

— Olha o jeito que você fala com sua mãe, mocinha. — Eu não sou mais mocinha, papai.

— Tenho que ir, vou recolher os alimentos para a caridade. — levanto.

— Eva…

— Tchau. — saio, deixando meus pais me olhando espantados

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