Alex estava cumprindo com a promessa. Não havia tentado, nenhuma sequer vez, durante essas três semanas que se passaram, se aproximar de mim, e quando nos encontrávamos pelos corredores, ele mudava de direção. Quando fomos obrigados a ficar sentados um do lado do outro na missa, nem nos tocamos. Esse foi um teste que padre Fernando fez, e pelo visto havíamos passado porquê ele parou de olhar de canto de olho para nós.
— É impressão minha, ou você emagreceu Eva? — Irmã Lucinda pergunta enquanto passar o pente em meus cabelos.
— Talvez eu tenha emagrecido. — eu havia emagrecido. Não estava comendo direito e se lágrimas fizesse a pessoa emagrecer, eu com certeza estava fazendo a coisa errada. Talvez algum dia eu pare de chorar pelo bastardo.
— Seu cabelo é tão lindo menina, tem certeza que quer cortar desse tamanho?
— Absoluta.
Em seguida escuto o som da tesoura passando em meus cabelos.
🍎🍎🍎
— Senhor, eu me arrependo sinceramente de todo mal que pratiquei e do bem que deixei de fazer.
Pecando, eu vos ofendi, meu Deus e sumo bem, digno de ser amado sobre todas as coisas. Prometo firmemente, ajudado com a vossa graça, fazer penitência e fugir às ocasiões de pecar. Senhor, tende piedade de mim, pelos méritos da paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo, nosso Salvador.
— Amém. — as irmãs completo em uníssono o final da oração. A oração do ato de contrição seria normal como todas as outras. Se eu não a tivesse levado para o lado pessoal. Levantamos e começamos a sair.
— Eva, querida, você poderia buscar um livro pra mim na biblioteca? — Irmã Julia me para antes de saímos da capela.
Acho que as irmãs pensam que eu sou algum tipo de escrava, ou correio, mas não digo o que penso, então sorrio e respondo:
— É claro.
(...)
Enquanto estou indo para biblioteca, faço algo que nunca mais tinha feito, conto quantos azulejos tem até lá. Quando chego ao meu destino, já estou com falta de ar.
— Seiscentos e dezessete. — digo sorrindo. Eu sou uma tola.
Vou à procura do livro que irmã Julia pediu. Nem demorou muito, o encontrei nas prateleiras de cima. Droga! Pego uma cadeira não muito confiável e a coloco na posição devida, subo e pego o livro, desço rápido. Ufa! não cai. Quando me viro, dou grito.
Alex estar atrás de mim, e a primeira coisa que senti é o cheiro de cigarro.
Ele volto a fuma.
— Preciso falar com você. — é o que diz.
— Fique longe de mim! — saiu pelo lado e vou até a porta, para descobre que ela está trancada, sacudo várias vezes e nada acontece, continua trancada. — Abra a porta, Alex!
— Não antes de você me ouvir.
— Você não deveria estar falando comigo. Espera, você quer me fazer ser expulsar? Não seria novidade, você só ferrar minha vida!
Ele ignora tudo o que eu digo mas vejo que minhas palavras o atingiram.
— Da pra cala a boca e me ouvir?
— Não! Só quero que abra a merda dessa porta! Ou vou começar a gritar.
— Eu faço você calar.
— Tá me ameaçando?
— Cacete, não! Eu só quero que você me escute.
— ABRA A PORRA DESSA PORTA, ALEX! — grito.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Convento
RomanceTentação: É um estímulo ou indução a um ato que pareça atraente, ainda que seja inapropriado ou contradiga alguma norma ou convenção social, sendo, consequentemente, proibido. Eva, filha de pessoas humildes, que criaram a filha para um único objetiv...