XVIII

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Alex estava cumprindo com a promessa. Não havia tentado, nenhuma sequer vez, durante essas três semanas que se passaram, se aproximar de mim, e quando nos encontrávamos pelos corredores, ele mudava de direção. Quando fomos obrigados a ficar sentados um do lado do outro na missa, nem nos tocamos. Esse foi um teste que padre Fernando fez, e pelo visto havíamos passado porquê ele parou de olhar de canto de olho para nós.

— É impressão minha, ou você emagreceu Eva? — Irmã Lucinda  pergunta enquanto passar o pente em meus cabelos.

— Talvez eu tenha emagrecido. — eu havia emagrecido. Não estava comendo direito e se lágrimas fizesse a pessoa emagrecer, eu com certeza estava fazendo a coisa errada. Talvez algum dia eu pare de chorar pelo bastardo.

— Seu cabelo é tão lindo menina, tem certeza que  quer cortar desse tamanho?

— Absoluta.

Em seguida escuto o som da tesoura passando em meus cabelos.

                          🍎🍎🍎

— Senhor, eu me arrependo sinceramente de todo mal que pratiquei e do bem que deixei de fazer.

Pecando, eu vos ofendi, meu Deus e sumo bem, digno de ser amado sobre todas as coisas. Prometo firmemente, ajudado com a vossa graça, fazer penitência e fugir às ocasiões de pecar. Senhor, tende piedade de mim, pelos méritos da paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo, nosso Salvador.

— Amém. — as irmãs completo em uníssono o final da oração. A oração do ato de contrição seria normal como todas as outras. Se eu não a tivesse levado para o lado pessoal. Levantamos e começamos a sair.

— Eva, querida, você poderia buscar um livro pra mim na biblioteca? — Irmã Julia me para antes de saímos da capela.

Acho que as irmãs pensam que eu sou algum tipo de escrava, ou correio, mas não digo o que penso, então sorrio e respondo:

— É claro.

(...)

Enquanto  estou indo para biblioteca, faço algo que nunca mais tinha feito, conto quantos azulejos tem até lá. Quando chego ao meu destino, já estou com falta de ar.

— Seiscentos e dezessete. — digo sorrindo. Eu sou uma tola.

Vou à procura do livro que irmã Julia pediu. Nem demorou muito, o encontrei nas prateleiras de cima. Droga! Pego uma cadeira não muito confiável e a coloco na posição devida, subo e pego o livro, desço rápido. Ufa! não cai. Quando me viro, dou grito.

Alex estar atrás de mim, e a primeira coisa que senti é o cheiro de cigarro.

Ele volto a fuma.

— Preciso falar com você. — é o que diz.

— Fique longe de mim! — saiu pelo lado e vou até a porta, para descobre que ela está trancada, sacudo várias vezes e nada acontece, continua trancada. — Abra a porta, Alex!

— Não antes de você me ouvir.

— Você não deveria estar falando comigo. Espera, você quer me fazer ser expulsar? Não seria novidade, você só ferrar minha vida!

Ele ignora tudo o que eu digo mas vejo que minhas palavras o atingiram.

— Da pra cala a boca e me ouvir?

— Não! Só quero que abra a merda dessa porta! Ou vou começar a gritar.

— Eu faço você calar.

— Tá me ameaçando?

— Cacete, não! Eu só quero que você me escute.

— ABRA A PORRA DESSA PORTA, ALEX! — grito.

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