Em uma mesa de bar, acabo pedindo mais uma dose. O garçom pergunta se não acho que já bebi demais. Quem é ele para medir o álcool em meu sangue? Não, eu respondo. Óbvio que não. Você continua aqui, plantada em minha mente. É engraçado. Tenho tudo que é necessário ao meu redor. Peguei metade desse bar essa noite, variando entre homens e mulheres. Mas agora que já está vazio, agora que os outros já foram embora, você acaba vagando em minha mente novamente. Não adianta, é você e sempre vai ser você. Não foi pelos sorrisos encontrados nessa madrugada que me apaixonei, e sim pelo seu. O que posso fazer? Afogar meu coração em cachaça. Esse imbecil que nunca toma vergonha na cara. É como um anestésico. Com tanto álcool na cabeça, posso tentar evitar chorar. Ou não. Uma lágrima vacilante acaba de cair no balcão, depois outra. É muito difícil sucumbir sua ausência, morena. Me explica o que posso fazer. Me explica o que tu tens que acaba tomando todo meu corpo. Tenta me explicar o que tem nesse teu sorriso, porque nem semanas inteiras de psicanálise resolveram. Talvez eu seja bobo demais. Talvez eu tenha me prendido nesse labirinto que são teus lábios. As vezes sinto minha cabeça girar e me desespero, sinto que vou ficar maluco. Será que vou? Garçom, por favor, desce mais uma dose. Não, não acho que já bebi demais. Tenho certeza, rapaz.
Tua ausência me causou caos.
YOU ARE READING
Overdose sentimental.
Non-FictionEstás aqui um pouquinho de mim e um pouco do que sinto durante a jornada que é a vida. Essa que tem seus grandes altos e baixos, mas que, por sorte, não segue em linha contínua. Em cada texto, deposito um sentimento, escrevo de coração. Caso se iden...