C A R T A S P A R A E L A
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Querida Olívia,
Ontem, acordei decidido: vou esquecer. Vou jogar para fora todos esses sentimentos que estão acumulados no meu coração, já que não há para quem dar. Vou voltar a ser como antes, um cara safado e apaixonado unicamente por uma boa bebedeira. Aquele que só tinha que se preocupar em não dar PT. Acordei assim, querendo me livrar de tudo que me atrasa e me tira o juízo, tudo que mexe com minha mente e me deixa doido. Mas aí, o que acontece? Notificação sua. Mensagem sua. Foto sua. Tudo no meu maldito celular. Tomei a decisão mais madura possível: joguei-o na parede e me permiti dormir. E me diga, o que achas que aconteceu? Isso mesmo, sonhei com você! Acordei estressado. Por que é tão difícil? Por que não podemos simplesmente tirar da cabeça aquilo que achamos ser prejudicial a saúde? Você desgraça minha cabeça, morena. Eu só queria seguir minha vida relaxado, tomando minhas cervas geladas e frequentando os bares locais. Queria pegar as mais gatas, ficar contente com apenas isso. Mas não fico. Chego em casa, o pensamento vai longe. Te segue como louco e te acha, te fazendo presente mesmo quando não está. A saudade sufoca, machuca, castiga. Não sei mais como reagir a tal sentimento, esse tal amor. Amar é complicado. Mas esquecer quem a gente ama, meu caro, já é uma missão quase impossível.
Te escrevo porque sinto saudades, não te procuro porque quero esquecer. Que contraditória é a vida de um bobo apaixonado.
Com carinho e um pouco de mágoa,
Eu.
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Overdose sentimental.
Non-FictionEstás aqui um pouquinho de mim e um pouco do que sinto durante a jornada que é a vida. Essa que tem seus grandes altos e baixos, mas que, por sorte, não segue em linha contínua. Em cada texto, deposito um sentimento, escrevo de coração. Caso se iden...