Faz três semanas que estou fazendo psicanálise. Resolveram me taxar como descontrolado. Mas não estou! Estão entendendo tudo errado. Tudo começou em uma tarde de verão quando Olívia Matte disse que não tínhamos mais nada. Depois de meses! Comecei a pensar então, qual seria o sentido da minha vida, afinal, na adolescência fazemos tudo com mais ênfase e drama, e eu amo essa menina com toda a ênfase existente. Eu parei toda minha vida para seguir somente a ela. Ela não pode, simplesmente, dizer que não vamos mais ter nada, e sair pela porta do quarto! Foi então que comecei a me isolar e ficar o dia todo vendo TV e comendo besteira. O meu coração ficou fodidamente dolorido. Cheguei a criar um amigo imaginário, João. Converso com ele sempre que possível. Um dia, minha mãe abriu a porta do meu quarto, e ao me ver conversando sozinho, resolveu me levar ao médico. Tentei dialogar, mas foi em vão. Expliquei pro doutor minha grande decepção amorosa, e o mesmo me mandou pra tal psicanálise. Olívia Matte destruiu minha vida. A partir daí, começaram a me tratar como o surtado do parque. Todos os dias, tenho milhões de mensagens com o mesmo conteúdo. "Você está bem?" é o que mais leio e escuto. Estou, merda! Não estou pirando! Só estou lidando, do meu jeito, com a minha decepção amorosa. Não quero essas falsas preocupações. Não quero sair, não quero ver ninguém. Só quero assistir TV com João comendo brigadeiro e bebendo uma boa coca cola gelada. Não tem por quê descontar meus problemas lá fora quando posso simplesmente escondê-los aqui dentro. Por favor, me deixe sozinho.
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Overdose sentimental.
No FicciónEstás aqui um pouquinho de mim e um pouco do que sinto durante a jornada que é a vida. Essa que tem seus grandes altos e baixos, mas que, por sorte, não segue em linha contínua. Em cada texto, deposito um sentimento, escrevo de coração. Caso se iden...