A vi no momento que chegou. Ela entrou com sua mochila nas costas, mascando um chiclete (que hoje também é meu preferido) e com fones de ouvido, parecendo estar realmente envolvida no som que dali saía. E foi nesse momento que me envolvi nela. Não conseguia parar de olhar. Eu queria me aproximar e dar um oi, mas sabia que isso seria esquisito. Deixei passar, então.
Meses depois, ela, sutilmente, entrou em minha vida. O primeiro sorriso que me deu é possivelmente a minha lembrança mais linda, e a primeira vez que segurei sua mão foi como sentir fogos de artificio internos. Seus olhos são grandes, e acompanham tudo que se passa, enquanto, eu, acompanho apenas o movimento deles. O verde que eles possuem me dão a impressão de que o paraíso não é no céu, e sim, bem ali.
Ela me ensinou muitas coisas, como a diferença de baguete e pão francês, e eu a ensinei que mexirica é também tangerina. Aos poucos, ela se tornou tudo, e a definição de amor que ela trouxe para mim vai muito além de qualquer definição que o Google possa te trazer. Você não vai encontrar em nenhum site de pesquisa.
Ela sacode as pernas o tempo todo, descasca o esmalte recém colocado e tem ciúme de sua comida. Seus mistérios aos poucos vão sumindo, mas sei que para desvendá-la demorarei anos. Sinto que nunca a conhecerei por completo.
Combinamos nome de filhos, lugares para morar e passar a lua-de-mel. Fizemos planos, traçamos caminhos e jornadas, pesquisamos sobre coisas e procuramos saber mais sobre o que a ciência tem para nos contar. O que os cientistas nunca irão descobrir é como dois pólos diferentes se atraíram com tanta força de vontade. Nós somos parecidas, e, automaticamente, complemamente opostas. Ela é sol, eu sou lua. Nós somos o eclipse. Nossas linhas de interesse começaram a se cruzar, e hoje não conseguem, de forma alguma, se separarem.
Compartilhamos músicas e bandas, muitas letras, e de dez estrofes que ouvia, cinco eu pensava nela. As outras cinco eu mandava por mensagem. Sua risada se tornou minha melodia favorita, e eu não conseguia parar de pensar nela. Toda noite eu agradecia por tê-la por perto. Tudo aconteceu muito rápido.
Eu a vi partir. Eu a deixei ir, por um dia. Mas a saudade que senti dela queimou todos os meus órgãos internos e eu me perdi dentro do vazio que está contantemente em meu peito. Vazio que some, um pouco, quando ela está presente. Eu a trouxe de volta assim que percebi que tudo que preciso é a sua calorosa presença.
Eu não vou mais deixá-la ir. Eu tenho a mania de deixar as pessoas irem. Mas ela, não vou deixar não. Isso não é só escolha é minha, eu sei, só que ser for preciso, vou citar pra ela todos os poemas de amor de shakespeare, vou cantar pra ela todas as letras do nando reis e também as do caetano, ou qualquer uma que a faça entender o que tenho a dizer.
Eu me apaixonei. E me apaixonar por ela foi uma queda. Me joguei em um precipício sem fim, e, pela primeira vez na vida, não senti medo do baque. Não sinto medo de nada além de perdê-la. Sinto que a amo. Sinto que poderia dizer isso a ela todos os dias. Me sinto, pra ser mais específico, dependente (ela entenderá a referência). Vou mantê-la por perto e cumprirei promessas. Tudo que foi dito, será feito. E, por favor, me desculpem o transtorno, mas eu precisava falar dela. Aqui não me falta nada, ainda mais quando se tem ela.
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Overdose sentimental.
Non-FictionEstás aqui um pouquinho de mim e um pouco do que sinto durante a jornada que é a vida. Essa que tem seus grandes altos e baixos, mas que, por sorte, não segue em linha contínua. Em cada texto, deposito um sentimento, escrevo de coração. Caso se iden...