Escrevi, apenas.

Capítulo 8- Super Herói

Entre tantas pessoas, sentimentos e dúvidas, algumas histórias gostaria de dar um ênfase maior e pela primeira vez às palavras me faltaram. Foram tantos os motivos para esse acontecimento alheio à todas minhas idéias ao escrever, mas, um sentimento que não sei ao certo definir me invadiu repentinamente. Nostalgia, talvez. Um sentimento incerto de saudade de tempos passados.

Em um certo momento da vida a troca de informações se torna necessária. Conhecer sobre a vida e os costumes do outro torna-se possível com minutos de conversa ou prolongados assuntos e importante até para a aprimoração de seus conhecimentos.

E foi assim, conhecendo cada dia mais sobre as histórias de meu avô que pude ouvir sobre experiências incríveis. Homem sábio, extrovertido e conversador, assim o fazia famoso pelas redondezas conhecidas há tanto tempo.

- Filho, você saberá na hora certa quando um grande amor for concebido à você, não se apresse a isso. - Me aconselhou - Você só precisa se dar uma chance, não se recolha assim do mundo. - dizia quando chorei com a cabeça em seu colo.

- O erro de vocês jovens é querer tudo para ontem! Se acalme e viva tempo ao tempo, não ultrapasse momentos que podem ser maravilhosos em sua vida. - Disse quando me viu desistir à mais uma tentativa que dera errada na vida.

- Vô, o Senhor é muito otimista! - falei cheio de sorrisos, em meio a um abraço.

- Tem que ser, tem que ser! -Respondeu sorrindo também. - Quando você nasceu, tão pequeno e frágil e um brilho estonteonte no olhar eu já sabia que você seria uma grande pessoa na vida, meu filho. Certa vez, sua mãe correu até mim com você nos braços preocupada que só, ela me dizia que não sabia mais o que fazer para você parar de chorar, observei aquele ser tão pequeno e cheio de lágrimas em minha frente, eu sabia que não era dor ou algo do tipo. Te carreguei e ficamos em frente a janela da sala com a vista para toda a cidade ilumidada pela lua, lhe contei algumas histórias de como conheci sua Avó, por exemplo. Eu sabia que mesmo tão pequeno você me entendia, e por fim você dormiu em meus braços. Eu não esqueço isso filho, porque ali naquele momento eu pensei "Esse meu neto tem uma grande missão aqui na Terra, terá muitas histórias para contar." E não é que eu estava certo mesmo? - me olhou dando risadas, me fazendo rir também.

- Então filho - Continuou - lhe contei várias outras histórias, sobre reinos encantados, contos de fadas, mas o que você gostava mesmo de ouvir era sobre Super Heróis. Quando você começou a falar, todos esperavam um 'ma-mãe' ou 'papa-i' mas você me olhou e disse um 'heloi' e repetiu em seguida, 'he-roi'. Eu fiquei olhando para ver se era aquilo mesmo, você veio andando sem jeito até mim me olhando com esses olhos escuros e sinceros, apontou o dedinho para mim, e disse novamente 'he-roi', então eu percebi o que queria dizer.... - meu avô me olhou com lágrimas nos olhos.

- Vai muito além dos livros que lia para mim, vô. O meu Super Herói, é o Senhor. - Completei, deixando as lágrimas rolarem também.

Ouvir seus conselhos e receber seu abraço tão acolhedor e amigo, me refletia o quanto ele faria falta na minha vida num destino distante, conhecer suas histórias que me inspiram em contar as minhas próprias histórias, é mágico.

Saber ouvir, e aprender com quem tanto já aprendera com a vida, é maravilhoso.

"Nos heróis a ferida não dói, e na tristeza eles podem voar." ♥