Capítulo 2- Support

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Desmanchou-me o sorriso ao pensar em como era minha vida, como se passou os momentos, as pessoas, as amizades. Minha família em sua cidade natal que os deixei e quis seguir caminho, sozinho. Não me arrependo, eu precisava disso para me reedescobrir, para achar o meu lugar no mundo, e não é fácil.
De imediato me senti acalentado, em um lugar desconhecido, com pessoas desconhecidas, até o momento. Me abriguei em uma casa de apoio, Support Of Dê que acolhia desabrigados. Encontrei pessoas na mesma situação que eu; pessoas carentes, sozinhas e dispostas a enfrentar o mundo.

Um lar, casa de gente humilde, de gente feliz.

Acordar às 5 da manhã e ver o pôr do sol, virara rotina; café da manhã feito com carinho por aquela alma boa que me acolheu ao relento quando à capital cheguei.

Delza Maria, senhora sábia, com palavras acolhedoras e silêncio confortante. Sabia do meu amor por livros, literarura e por minha futura mulher, dava conselhos válidos, eu sei que deveria segui-los, e assim o fiz.

- Venha meu filho, gostaria de te mostrar algo. - Disse passando a mão em meus cabelos, há 5 meses que esta morando ali, admito que tive muito conhecimento com aquela mulher.

- Só um minutinho, Tia Dê - Carinhosamente todos a chamavam assim, dando início pelas crianças.

- Você fica o dia inteiro nos livros, precisa descansar a mente e as vistas.

- Tenho que ter idéias para escrever meu livro futuramente.

- Um livro? - Perguntou intrigada.

- Sim.

- Sobre o que seria esse livro?

- Não sei ainda, tia - Abaixei os olhos, um misto de vergonha e tristeza me veio do nada.

- Há tantas histórias por ai filho, conte-as.

- Mas... como?

- Como? Observando - Olhei com curiosidade para ela parada ali ao meu lado - Observe as pessoas a sua volta, os lugares, o mundo. Viva, meu filho. Saia desse quarto e viva, há tantas histórias por aí só esperando alguém para entender e contar-las.

- Tia, posso lhe perguntar algo?

- O que quiser, filho.

- A Senhora sabe tanto e me deu esse conselho e essa ideia maravilhosa, porque não a coloca em prática?

- Eu observo e aconselho. Você ler e escreve. Tem algo em comum nisso, não acha? Você é o meu ouvinte fiel, e eu serei sua primeira Leitora, te dou meu voto de fidelidade. - Sorriu e cruzou os dedos em frente a boca em forma de juramento, me fazendo rir também.

Primeira leitora. E nem livro eu tenho, ainda. - Pensei.

- Tia Dê, são muitos acontecimentos por ai, por onde eu começo?

Ela rasgou parte de um jornal e colocou marcando a página que eu estava lendo há pouco, fechando o livro em seguida, segurou minha mão me conduzindo para fora do quarto, quando chegamos á calçada, perguntei:

- Onde vamos?

- Conhecer, observar, vamos por aí meu anjinho. - Era como se ela estivesse falando com uma criança, um menino curioso e perguntador, mas era eu, e parte de mim gostava desse jeito carinhoso dela de falar.

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Heey Lindos e Lindas
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