As suas asas eram de cartão pintado a negro,
Os seus olhos traziam chamas,
Os seus braços cicatrizes das lutas contra si mesmo.
No meio de todos foi o único que me aqueceu o coração.
Mudou a minha visão.
Construí uma utopia, o meu coração gritava o teu nome.
Mas a cabeça essa, sempre disse não..
Idiota, pobre coitada nunca lhe dei razão.
As pálpebras fechei, imaginei a dor que tantos poetas já tinham descrito.
Dor malvada que não mata, corrói.
Olho para o rapaz sentado a meu lado.
- Para que fumas? - Perguntei-lhe eu.
- Para morrer.
- Amigo, queres uma maneira simples e saudável? Ama alguém com todo o teu coração, quando se afastar sentir-te-ás mais morto que nunca. É puro suicídio.
É voar sem asas.
Levantei-me com um sorriso e segui caminho.
Não me podia demorar onde não havia amor para ofertar.
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Escrevo, logo existo
PoeziePoesia e textos soltos escritos por mim. Podem ser alegres ou felizes mas na sua maioria são dramáticos. Todos os direitos reservados a Ana Rita Martinho #ApenasEscreva #JustWriteIt #Primeiras