Reencontros, conversas e explicações

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Eu e Quatro andamos lado a lado na rua de pedra do cemitério. Consigo ouvir os passos e murmúrios das pessoas atrás de nós.

Ficamos em silêncio e me sinto um pouco auto-consciente da minha roupa já que estou andando na frente de todos.

Zeke está atrás de nós. Ele está com sua mãe, seu irmão e Shauna, que eu só descobri que veio recentemente.

Paramos ao lado dos carros. A maioria dos carros são populares e alguns são carros que eu diria "chiques".

Abraço Zeke. Nós nos abraçamos, mas não dizemos nada. Apenas apertamos um ao outro.

Abraço Uriah e a mãe deles, que não parece estranhar minha presença mais que a dos outros.

Abraço Shauna apenas para me despedir e sigo Quatro até seu carro.

Já que foi ela que cresceu com Zeke desde pequena ela está hospedada na casa deles. Quatro está em um hotel.

Entro no carro um pouco aliviada da barreira entre mim e todas essas pessoas.

Quatro despede de mais algumas pessoas e depois entra no carro.

Ele coloca a chave na ignição e ficamos parados por um tempo olhando para frente até que ele liga o carro e dirige devagar entre as pessoas até a saída do cemitério.

Permanecemos em silêncio por um tempo até que Quatro pergunta:

"Então... onde você está hospedada?"

Mordo o lábio.

"Err... eu não sei." Digo um pouco hesitante.

Ele olha pra mim rapidamente antes de voltar o olhar para a estrada.

"Como assim 'não sabe'?"

"Eu só vim. Eu..." faço beicinho.

"Então liga pro meu hotel aí agora e pede pra adicionar mais uma pessoa pro meu quarto." Ele diz um pouco irritado.

Ele tira as mãos do volante no semáforo para me passar o cartão do hotel.

"Me empresta seu celular." Digo baixinho.

"Ta descarregado. Usa o seu. O telefone ta aí. Coloca no viva voz pra mim falar com eles."

Mordo o lábio de novo com mais força.

"Eu fui roubada." Sussurro.

Ele franse a testa e pede para mim repetir. Por um momento acho que ele ouviu, mas ele realmente não entendeu o que eu disse.

"Eu fui roubada." Repito em um tom de voz mais alto que antes.

"Que horas?" Ele pergunta surpreso.

"No aeroporto." Balanço a cabeça.

Ele aperta a boca em uma linha.

"E você está bem?"

"Sim. Foi apenas um roubo e não um assalto."

Ele acena com a cabeça.

"Você tem que bloquear ele, você sabe, não é?" Ele pergunta.

"Sim." Reviro os olhos.

Chegamos no hotel e ele entra no estacionamento subterrâneo.

Sinceramente, eu odeio estacionamentos subterrâneos.

Eu ouço os barulhos das rodas do carro e ele para na vaga.

Saimos do carro e subimos uma escada até o saguão do hotel, onde ele vai atualizar os dados de hospedagem.

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