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Jennifer

Nos despedimos e embarcamos no avião por volta das 6:30 da manhã. Meu pai perguntou se eu tinha certeza de que eu queria ir para Roma por causa do... Acontecido. E nunca que eu iria adiar essa RARA vizita na minha mãe por causa das circunstâncias.

Alguns minutos depois a aeromoça estava passando com uma bandeja com o café da manhã, Carlos chamou a garota com um sorriso educado, não gostei nenhum pouco da forma que ela retribuiu o sorriso. A pobre coitada se derreteu para o meu irmão e ele não fez nenhum esforço! Fingi uma tosse para atrair a atenção da moça.

- Um café com leite, um suco de laranja, um sanduíche natural, coxinha, um cup cake de chocolate e ele é comprometido.- falei encarando a aeromoça. Ela ainda olhava para meu irmão, quando finalmente me olhou ergueu uma das sobrancelhas devido a alta quantidade de comida que pedi. Depois uniu as sobrancelhas analisando o ele é comprometido.

- Cafe preto, pão de queijo e ela tá certa.- a cara de tacho da moça foi linda. Ela olhou para o Carlos e depois para mim freneticamente.

- Desculpe? Eu estou apenas fazendo o meu trabalho.- falou a loira de olhos cor de mel olhando para mim e tentando se manter profissional.

- Paquerar o meu irmão não é seu trabalho. - vi sua expressão suavizar quando descobriu que esse loiro ao meu lado é meu irmão - Mas sabe, sou muito próxima da minha cunhada e eu não faria nenhum esforço pra segurar ela quando ela souber que uma aeromoça deu em cima do seu namorado, e sim, ela te acharia... Débora. - falei, alguns olharam, outros riram pois falei um pouco alto, mas ela não desceu do salto.

- Logo trarei os seus pedidos!- informou - Com licença.- e saiu.

- TPM é complicado minha gente! - uma voz falou.

- Cuida da sua vida que do meu período cuido eu!- falei para a voz. Parei e literalmente começei a cuidar do meu período, em dois dias vou sofrer uma emorragia interna durante uma semana.

- Serão longas horas de viagem... - Carlos falou baixo.

Outra aeromoça trouxe nossos pedidos. Comi meu sanduíche e tomei meu suco primeiro, deixei a coxinha por último, me chamem de louca mas não estava muito afim de comer ela. Comi meu cup cake e peguei minha xícara, assim que senti o cheiro da cafeína meu estômago embrulhou. Pulei pelo meu irmão quase correndo e pude ouvir ele me chamar e perguntar o que houve mas apenas corri em direção ao micro banheiro do avião.

Tudo o que eu tinha comido até agora botei pra fora.

Carlos

Quando Jennifer saiu correndo e deixou a coxinha ali estranhei, ela nunca iria ao banheiro enquanto come e jamais rejeitaria uma boa coxinha e um café com leite.

Sai do meu lugar e fui atrás dela, quando cheguei ao banheiro a porta estava aberta e me deparei com ela vomitando seu café. Meu sangue parou de circular.
Isso não é nada bom.
Segurei seus cabelos até ela parar, ela lavou a boca e nos dirigimos para nossos assentos.

- Coma.- falei empurrando a coxinha em sua direção. Não sei se é seguro ela comer agora mais eu não faço idéia de como ajudar.

- Não!

- Se você não comer por bem vai ser por mal.- ameaçei, embora eu não vá fazer nada contra ela. Ela bufou e reclamou mas por fim, comeu, com medo de vomitar e reclamando, mas comeu.

Depois reclamou de tontura e dormiu.

(...)

Acordei ela pouco antes do avião aterrissar, ela tomou um pouco de água e começou a mecher no celular. Incomodado tentei ver o que ela fazia e por birra ela afastava o celular e dizia que não era da minha conta. Okay né!

Pegamos nossas malas, me surpreendi quando ela apareceu com apenas uma mala nas mãos, apesar de que ela não está em clima de viagem...

Perto da entrada do aeroporto vimos uma mulher de cabelos castanho e ondulado de olhos azuis com uma placa dizendo: Bebês a mamãe está aqui!!!(os pontos de exclamação tinham corações)

- Mãe! Você podia parar com essas placas, agente sempre vai te reconhecer!

- Nunca se sabe, vocês quase não me vêem...

- Mãe...- Jennifer repreendeu.

- Ok, ok, venham! O táxi está ali!- ela passou um dos braços em mim e o outro na Jenni.

No caminho Jenni não prestou atenção em nada do que nossa mãe tagarelou. Roma não estava muito diferente desde a última vez que estivemos aqui.

Chegamos na pequena casa de nossa mãe. Por fora ela parece pequena e tem arquitetura antiga, mas não se engane, ela é confortável e por dentro ela não tem nada de antiga. Entramos e Beto estava sentado no sofá assistindo.

- Carlos, Jennifer. - cumprimentou.

- Olá.- Jenni disse educadamente, ela me cutucou para falar alguma coisa por educação.

- Oi.- respondi, ele voltou sua atenção para a TV e nossa mãe aparentava estar contente com nossa troca de palavras.

- Amanhã vamos ver nosso avô e bisavós? - Jenni me perguntou enquanto arrumava suas roupas em uma das gavetas da cômoda que dividimos, sim aqui temos que dividir o quarto.

- Vamos sim!

- Hum.

Depois disso ela reclamou de tontura, não falou mais nada e foi dormir sem nem mesmo dar boa noite. Nossa mãe deve ter percebido pois me chamou no corredor.

- O que há de errado com a sua irmã? Ela parece tão distante...

- Olha mãe, eu não acho que seja uma coisa que eu deva contar.

- Aconteceu alguma coisa grave? Eu nunca vi ela assim!

- Digamos que sim, é bem... Delicado.

- Bem, amanhã eu falo com ela! Boa noite! - falou com seu sotaque, é engraçado ver a família do lado da nossa mãe conversar, eles falam português mas seu sotaque é sempre gostoso de ouvir. Ainda mais quando misturamos um sotaque italiano e um paranaense na mesma conversa, é uma comédia! Eu e a Jenni não falamos fluentemente o italiano, mas temos uma idéia sobre língua.

Voltei para o quarto quando vi que estava sozinho no corredor, me deitei na cama e fechei os olhos imaginando minha morena comigo. Meus olhinhos azuis, meus melões...

- Ela desconfia né?- cai da cama com o susto. Poxa eu tava quase dormindo!

- Quer me matar guria?!- ela soltou uma leve risada, uma que faz tempo que eu não escuto. Rindo da desgraça dos outros né?- Vou fazer a mesma coisa com você!

- Para de drama! E aí?

- Amanhã ela vai falar com você!

- Hum... Eu não sei se devo falar, não quero preocupar ela!

- Se você não falar eu falo.

- Não faria isso!- agora ela está sentada.

- Não, mas o pai faria.

- Droga! É falar ou falar né?

- Sim, agora posso voltar para meus olhos azuis?

- Ein?- que mancada.

- Boa noite!

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É minha gente... Essa viagem promete!

Garota IludidaOnde histórias criam vida. Descubra agora