Jennifer
Chegamos no Hospital Evangélico e lá encontrei Guilherme chorando na sala de espera.
Quando ele me viu se levantou rápido, me olhou com seus olhos vermelhos por causa do choro e eu corri até ele lhe dando um abraço apertado. Ele estranhou o meu ato de início mas logo retribuiu, até eu me estranhei, mas nessa hora não me importei com tudo o que ele me fez no passado, com as humilhações que passei e não me importei com a ausência dele. Nesse momento eu só queria consolar um pai que estava aflito, se fosse o Samuel eu também ia querer um abraço. Samuel!- E o Samuel?- perguntei me afastando, só de pensar nele meu coração se aperta.
- Com a Dona Ana... Ele não parava de chorar e não queria falar comigo, então ela se ofereceu pra ajudar e eu aceitei, eles estão na cantina... A velha até que é gente fina...- falou para si mesmo a última parte.
- Ok...- como ele vai reagir? Se ele não quis falar com o Guilherme ele não vai querer falar comigo também!
Sai em direção à cantina e Rhuan veio atrás de mim.
- Jennifer espera!- falou atrás de mim. Parei.- O que foi aquilo?- perguntou, aposto que é sobre o abraço.
- Liga pro meu irmão e fala pra ele o que aconteceu!- me virei e falei.
- Não vai me explicar?
- Rhuan eu não te devo satisfação da minha vida!- deixei ele falando sozinho e continuei.
Avistei meu menino, seus olhos azuis estavam vermelhos e seu rosto molhado, ele estava tomando suco de caixinha enquanto uma senhora abraçava ele.
- Filho!- corri até ele - Samuel... Como você tá bebê? Olha...
- Você mentiu pra mim.- falou seco, e isso me partiu o coração.
- Samuel a mamãe não queria te ver triste!
- Eu vou deixar vocês conversarem...- a senhora, Dona Ana, disse se levantando, quando ela passou por mim disse - Calma querida, ele só está um pouco... Nervoso, mas com jeitinho isso passa!- assenti sorrindo e ela nos deixou à sós.
- Filho?- chamei ele me sentando.
- Por que você não me contou que o tio Guilherme... É meu pai e não meu tio?- sua voz estava embargada graças ao choro.
- A mamãe sofreu muito... Eu... Como é que eu vou te explicar isso...- ok, como faço pra contar essa história pra uma criança de quatro anos sem colocar ele contra o pai ou eu?- Quando eu descobri que estava grávida de você eu não estava com o seu pai, a gente tinha brigado por um motivo que você não precisa saber... Então fui falar com o Guilherme, mas aí ele já estava com a mãe da Alice. Eu fiquei com raiva dele e...
- Não pode ter raiva dos outros mãe!- me repreendeu.
- Tá bom filho, não siga meu exemplo!... Eu não queria que você ficasse triste por causa dele então resolvi que a gente ia morar com a vovó!- falei, ele ficou pensando em tudo o que ele tinha ouvido por um tempo. Eu sei que é muita coisa pra cabecinha dele entender, por mais que eu tenha contado um resumo de tudo, por mais que ele seja esperto ainda é complicado pra ele entender os "porquês" que se formam graças às coisas que eu não contei.
- Posso te fazer mais uma pergunta?
- Claro filho!
- Como que você engravidou?- meu coração parou, não gosto de lembrar daquilo. Eu não sinto mais o mesmo sentimento de ódio, mas como é que eu vou explicar isso par o Samuel?!
- Daqui a alguns anos você vai descobrir...- ele abriu a boca pra falar mas interrompi - Chega de perguntas!
***

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Garota Iludida
Teen FictionJennifer, uma menina que foi enganada por alguém que só queria diversão. Uma reviravolta em sua vida faz tudo mudar. * Abri meus olhos devagar. Meu corpo estava todo dolorido principalmente na região da virilha, e minha cabeça girava... Oh não!* Co...