Guilherme
Sigo aquela luz, meu corpo estava queimado e a Jennifer não muito leve. Pra ajudar tinha algo em sua perna que me machucava.
Com esforço consigo sair do mini forte, nos afastamos dele com medo de uma nova explosão, porém algo me prendia a ele. Se eu fosse o mesmo de antes não teria feito isso em hipótese alguma, mas, eu não sou o mesmo de antes.Encontrei um tronco e coloquei a Jenni no chão encostada nele, voltei para dentro correndo antes que me impedissem. Lá vasculhei tudo em busca do corpo do Rhuan, a sua morte não foi boa, na verdade não existe morte boa mas ele ainda merecia ser velado. É uma coisa triste e absurda, ninguém merece a morte é seus acompanhantes, velório, enterro e etc. É absurdo porque mesmo depois de tudo o que ele fez, eu me importo com ele. Agora nem tanto pois ele está em um lugar... Espero que melhor, mas ele deixou uma família. Que vai ficar muito abalada, só espero que se sintam melhor em poder prestar uma última homenagem.
Como eu me lembrava do lugar que vi ele não foi difícil achá-lo, mas seria melhor se o fogo não tivesse aumentado. Quando o encontrei coloquei ele em meus ombros e fui até a saída. Seu corpo estava enrijecido mas consegui levá-lo para longe das chamas do mini forte.
- Você tá maluco! Arriscou a sua vida por causa desse... Desse... GRRRRRR- Carlos chamou minha atenção.
- Ninguém merece isso...- minha voz saiu como um sussurro.
- Filho, ele tem razão, mas foi muito arriscado mesmo Guilherme.
- Me desculpe.
- Tudo bem, eu teria ajudado com a minha filha mas o Carlos me puxou pra fora.
- Claro! Eu vou me casar e o senhor tem que estar lá!
- Nisso ele está certo! É a minha função ser o príncipe encantado da Jenni...
***
O corpo de bombeiros chegou não muito tempo depois, levaram a Jennifer para o hospital e o Rhuan para o IML. Fomos para casa tomar um banho enquanto a mãe da Jenni foi ficar com ela no hospital e levar o Samuel pra ver ela.
Quando chegamos no hospital, um policial estava conversando com a dona Angela. Sr. Gray foi falar com ele também para esclarecer algumas coisas. Enquanto isso eu fui no quarto da Jennifer, chegando na porta pude ouvir sua voz.
Aquela voz que me trazia paz e atiçava todas as células do meu corpo, a voz que despertava sensações e sentimentos novos em mim. Me senti completamente aliviado com a sua voz. Saber que ela estava bem era o que mais importava.
A minha pequena estava bem, e eu daria a minha vida pra isso continuar assim.- Mamãe, mas por que você foi passear sem mim? Eu sempre te levo junto quando vou tomar sorvete!- ouvia a voz do Samuel, obviamente não contaram a real história pra ele.
- Filho, eu... Você ia ficar me pedindo um monte de coisas e eu... Eu não... Não ia descansar!
- Se fizer de novo, eu não divido mais meus salgadinhos com você!
- Ahh pode ficar tranquilo! Isso nunca mais vai se repetir! Eu espero...- disse a última parte bem baixo. Apareci na porta e quando seus lindos olhos azuis encontraram os meus, tudo se desmanchou.
Fui inundado por alívio, prazer, ressentimento, culpa, carinho, tristeza e amor.
Meu mundo estava ali, a minha vida.- Gui...
- Filho! Eu acho que vi o tiu Gus ir comprar balas escondido... Por que você não vai lá dar uma olhada...- uma coisa que o Samuel tinha em comum com a Jenni era o apetite. Ele fez uma cara de bravo e saiu em disparada em busca do Gustavo.
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Garota Iludida
Roman pour AdolescentsJennifer, uma menina que foi enganada por alguém que só queria diversão. Uma reviravolta em sua vida faz tudo mudar. * Abri meus olhos devagar. Meu corpo estava todo dolorido principalmente na região da virilha, e minha cabeça girava... Oh não!* Co...