[64]

108 4 0
                                    

Guilherme

A possibilidade de estarmos perto nos animou muito.
Descemos a tirolesa lentamente, dessa vez ninguém caiu e o Gustavo veio junto. Adentramos no matagal em busca da Jenni, aguenta firme princesa... Eu vou te achar. Eu preciso fazer isso.

Jennifer

- Ahh, então vai ser assim é?- ouvi o Rhuan falando do outro lado da porta.
Tinham uns caixotes vazios ali que eu coloquei na porta pra ele não entrar, mas ele começou a empurrar ela com muita força e confesso que eu não sei se isso vai adiantar.

Começo a procurar rapidamente por uma saída, esse banheiro não tem nenhuma janela mas tem um buraco do tamanho de um pequeno punho na parede.
Se tiver alguém aqui, vão me ouvir gritar.
Subo no vaso sanitário com medo dele quebrar, consigo alcançar ele e grito o mais alto que consigo.

- SOCORROOOOOOOO!- grito isso umas seis vezes até minha garganta começar a arder e eu não conseguir falar direito.

- Isso mesmo Jennifer... Grita. Acaba com a sua voz... Agora que ninguém vai te ouvir mesmo.- falou do outro lado da porta. Ele empurrou ela com mais força e está quase abrindo.
Procuro alguma coisa pra me defender, essa porta vai se abrir e só Deus sabe o que vai acontecer.
Logo olho para o espelho uma idéia surge na minha mente, soco o espelho na mesma hora que o Rhuan empurra a perta fazendo com que ela se abrisse, pego o maior caco e escondo no vestido, ele começa a retirar os caixotes de trás da porta com o braço.

- Tô chegando Jenni...

Ele consegue entrar no banheiro.

Quase desmaio, porém sei que seria pior. Ele pega meus cabelos e me guia para fora.

- Achou que ia escapar é? Hoje não...

- Por... Por favor...- falei, ou tentei falar, minha garganta não estava ajudando.

Ele me jogou no colchão e sentou por cima de mim, eu estava começando a ver tudo embaçado, estava tudo se repetindo de novo. Só que dessa vez seria pior. A única coisa que eu pensava era no meu filho, onde ele estaria e com quem, com quem ele ficaria?
Escuto empurrarem a porta e Rhuan para.

Guilherme

Estávamos andando no mato, nenhum som podia ser ouvido, Gustavo, Lucas e sr. Gray foram pra um lado e eu e Carlos pra outro.

- Mais que droga! Vamos voltar e ver se eles acharam alguma coisa!- Carlos reclamou.

- Não, vamos andar mais um pouco!

- Guilherme se tivesse alguma coisa aqui a gente já teria visto!- ergui minha mão fazendo sinal pra ele ficar quieto.

- Ouviu isso?- perguntei. Eu podia jurar que tinha ouvido alguma coisa não muito longe dali.

- Ouvir o que?! Você tá ficando maluco!

- De novo!- exclamei. Eu não estou ficando louco, eu ouvi alguma coisa sim!- Vai buscar eles porque a gente tá no caminho certo!

- Ok!

Ele saiu correndo atrás dos outros enquanto eu esperava ali. Eu ainda ouvia alguma coisa. Andei mais alguns metros e o som foi ficando mais nítido.
Primeiro parecia alguém gritando, mas agora é como se estivessem batendo em um metal!

Logo eles voltaram, parecia que só eu podia ouvir algum tipo de som, eles podem me chamar de louco, mas eu sinto que estou perto da Jennifer. Quase como se estivéssemos conectados.

Quando eu parei de ouvir os barulhos corri pela mata feito louco.

Alguma coisa me guiava pra algum lugar no mato pois eu já havia perdido o som faz muito tempo, mas é como se eu soubesse pra onde ir. Os rapazes corriam atrás de mim e "gritavam" em silêncio pra mim ir mais devagar, o relógio marcava 03:01 AM. Depois de passar por uma mata densa avisto de longe um pequeno barraco de metal, parecia um forte, uma dispensa, alguma coisa assim. Quando todos vêem aquilo logo começam a retirar os "você é louco" ou "tá paranóico igual a Helen". Quando chegamos mais perto ouvimos muitos barulhos.

Garota IludidaOnde histórias criam vida. Descubra agora