2- Edward Cullen

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O rapaz apenas me encarou de volta, sem dizer nada. Era como se o tempo tivesse parado e se afogado na piscina azul que era o seu olhar. Percebi, atrasada, que o diretor voltara a falar. Tentei, com dificuldade, olhar para ele.

O meu vampiro agarrou minha mão e me puxou para perto do palco, nos virando de frente para as mesas, onde todos aplaudiam. Engraçado, eu não me lembrava de quando eles haviam começado a bater palmas.

- ... O início de mais uma geração de novos guerreiros, que protegerão a nossa sociedade. Parabéns. - O diretor dizia.

Os outros humanos, que não haviam sido escolhidos, voltaram devagar para suas mesas, a maioria quase depressiva. Foi triste vê-los irem embora sem realizar seu sonho.

Olhei para a fila de vampiros e humanos perto de mim. Todos pareciam felizes. Olhei então para o meu pai, que tinha os olhos marejados. Sorri para ele, alegre.

- A cerimônia está encerrada e sacramentada. Nossa festa teve seu objetivo atingido. Esta é uma grande noite para todos nós, senhores. Boa noite a todos. - O diretor nos dispensou.

Olhei para o rapaz que ainda segurava minha mão.

- Eu... - Eu comecei.

- Edward Cullen, prazer. - Ele disse calmamente.

- Isabella Swan. - Eu respondi.

- Nome diferente. - Ele disse, me olhando de cima a baixo.

- É Italiano. - Eu respondi corando.

- Despeça-se do seu pai, a bagagem deve ser entregue a um serviçal. Estarei esperando você de volta aqui em dez minutos. - Ele mandou de repente. Fiquei momentaneamente abobalhada com aquele tom. Ele parecia um general, falando com algum soldado. Estava preparando uma resposta insolente quando ele estalou os dedos no meu rosto. - Está esperando o quê?

- Ora, seu... - Estava prestes a chamá-lo de alguma coisa muito abaixo do meu nível quando ouvi meu pai me chamar. Olhei para trás e andei até ele.

- Isa! - Ele exclamou me dando um longo abraço. - Você conseguiu!

- Eu sei pai. - Eu falei, contagiada pela sua alegria.

- Vou sentir saudades, amor. - Ele disse e eu sabia que nada, além do momento da despedida, poderia fazê-lo admitir isso.

- Pai... - Eu gemi, começando verdadeiramente a chorar. Uma lágrima solitária escorreu pela minha bochecha.

- Não, nada disso. Estamos felizes, não? - Ele falou, enxugando meu rosto.

- Claro. - Eu falei fungando.

- Senhorita. - Um homem que parecia um mordomo me chamou.

- Sim? - Eu respondi.

- Devo pegar sua bagagem. - Ele disse.

- Claro, está no carro. Pai... - Eu falei.

- Sim, vamos... - Meu pai passou o braço pela minha cintura.

- A senhorita deve ir com seu mestre, por favor. - O homem falou, nos parando. Olhei para trás e vi que Edward me esperava, parado no mesmo lugar.

- Claro. - Eu falei.

- Até breve Isie. Seis meses passam rápido. - Meu pai falou.

- Até, pai. - Eu falei com um aperto no coração.

Ele me abraçou mais uma vez e saiu com o mordomo no seu encalço. Fiquei olhando até que desaparecesse de vista. Em seguida suspirei e me voltei para o meu mestre.

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