9- De mal a pior

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Examinei o perímetro da clareira com cuidado, prestando atenção aos sons, mas não havia mais nada além do som do vento ali. Eu sabia, ou melhor, eu sentia que não havia mais ninguém ali além de nós.

Enquanto estudava as árvores com cuidado, vi um brilho prateado a certa distância e resolvi checar, só por precaução. Andei cautelosamente por entre as árvores, me perguntando se seria um brilho de espada. No fim, descobri que era um pequeno lago refletindo a lua. Olhei ao redor, cautelosa e me agachei na beirada da água.

Toquei sua superfície e ela estava fria e agradável. Eu estava tão suja, com as roupas cobertas de sangue...

Olhei em volta mais uma vez e ouvi com atenção.

Nada.

Desamarrei minhas espadas e as coloquei cuidadosamente ao lado de uma rocha. Joguei minha mochila ao lado e tirei minha blusa. O corte em minha cintura estava praticamente fechado, tendo restado ali uma cicatriz rósea e sensível.

Retirei também a saia, que possuía uma mancha preta enorme. Estas peças estavam perdidas. Joguei-as de lado, sem me importar. Retirei então os sapatos, a meia e a lingerie, e coloquei-os cuidadosamente ao lado de minhas espadas.

Então entrei devagar na água. Quando estava submersa até os joelhos, mergulhei de uma vez, sentindo a pureza da água me envolver. Emergi bem no meio do lago, alegre. A água estava relaxando meus músculos contraídos devido à adrenalina e diminuindo minhas dores.

Mergulhei mais uma vez, sentindo a água passar entre meus cabelos imundos. Passei as mãos por eles para tirar a sujeira e ouvi um ruído estranho. Emergi mais uma vez e olhei ao redor.

Não vi nada de diferente.

Olhei em direção às minhas roupas e minhas espadas, mas estava tudo do mesmo jeito.

Foi então que senti algo roçar meu calcanhar e virei de costas, querendo saber o que era. Não vi nada, mas fiquei nervosa. Estava resolvida a nadar de volta à margem para pegar minhas armas quando algo emergiu à minha frente.

Engoli um grito e preparei os punhos para uma luta, mas então percebi o familiar brilho acobreado à minha frente e suspirei, o coração batendo freneticamente.

- Seu louco! Você me assustou, sabia? - Eu perguntei irritada para Edward, que sorria.

- Algo consegue assustar você, ma petite? - Ele questionou divertido, nadando em minha direção. Revirei os olhos.

- O que está fazendo aqui? - Perguntei quando ele chegou a menos de meio metro de mim.

- Achou que era a única que precisava de um banho? - Ele perguntou erguendo uma sobrancelha. Sua mão deslizou por um de meus braços, me fazendo ficar arrepiada. - Além do mais, eu estava com fome.

Mirei-o por um segundo, sem entender. Então me toquei sobre o que ele estava falando e estremeci.

- Você vai querer se alimentar agora? - Perguntei nervosa.

- Por que não? - Ele perguntou baixinho, seus grandes olhos azuis capturando os meus com intensidade.

Ah, por nada! Quero dizer, eu só estou nua e molhada. Que importância isso tem?

É claro que não falei isso em voz alta, até por que achei que havia perdido a capacidade de falar.

A outra mão de Edward me puxou pela cintura de encontro ao seu corpo. Eu meio que já imaginava, mas ainda assim fiquei surpresa ao perceber que ele também estava nu. Senti seu grande membro se apertar contra minha coxa e arfei, meus seios se colando ao seu peito firme.

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