2- Nascido

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Eu já estava ficando um pouco maluca. Aquele esconderijo embaixo da terra havia sido divertido no começo, mas agora... Agora tudo o que eu via eram paredes, portas e coisas brancas.

Estava com uma barriga enorme, e fazia apenas dois meses que estávamos ali. Aquela criança crescia mais rápido do que eu poderia ter imaginado e aquele barrigão só me deixava mais impaciente.

Se estava assim em apenas dois meses, quanto tempo faltaria para que ela nascesse?

– Eu não sei, Isie. Como eu poderia saber? – Alice falou, depois que eu perguntei pela milésima vez. Estávamos em uma chamada de vídeo na cabine de comando.

– Tem que haver um jeito de saber. Eu não aguento mais! – Falei, nervosa. Meu corpo estava tendo todo o tipo de reações estranhas.

Sentia vontade de comer as coisas mais absurdas, e depois vomitava tudo. Ficava com raiva, ou super feliz em questão de segundos. Uma hora estava rindo e na outra, morrendo de chorar. E eu não sou mulher de ficar chorando por ai.

Tinha certeza de que Edward, Jacob e Renesme já não me suportavam mais, trancafiados aqui comigo. Nem eu mesma me aguentava esses dias.

– Sinto muito Isie. Acho que não há, talvez nunca tenha havido, alguém vivo que passou pelo mesmo que você. – Ela falou, consternada.

– E a Esme? Você perguntou a ela? – Quis saber.

– Ela disse que a gestação do Edward foi como a de qualquer humano ou vampiro normal. Durou nove meses. – Alice respondeu. Xinguei e depois me arrependi, imaginando se meu bebê tinha capacidade de entender aquilo.

– O que você está fazendo? – Edward perguntou, chegando pelo elevador naquele exato momento. Jacob e Renesme estavam com ele. – Estávamos procurando por você.

– Por quê? Deviam aproveitar os poucos momentos de sossego sem mim. – Falei, mal-humorada.

– Não seja assim... – Edward tentou me adular.

– Eu sei que vocês me odeiam! – Exclamei. Além de tudo, ainda estava ficando paranoica.

Comecei então a me debulhar em lágrimas mais uma vez. Edward me abraçou, me consolando. Ele estava sendo tão carinhoso e compreensivo comigo, que às vezes dava raiva. Ele devia era me dar umas tapas e mandar que eu me controlasse.

– Ela veio novamente perguntar se eu sabia quando a criança vai nascer. – Alice explicou. Senti Edward suspirar.

– Eu nunca ouvi falar numa gravidez tão maluca quanto essa. – Renesme comentou.

– Nem eu. – Alice concordou.

– Vocês estão me chamando de maluca? – Exigi, começando a ficar com raiva.

– Claro que não, Isie. – Alice respondeu rapidamente. Rápido demais.

– Eu não sou maluca! Vocês apenas não... – Parei no meio da frase ao sentir uma contração engraçada na barriga. Coloquei a mão sobre ela, esperando.

– O que foi? – Edward perguntou.
Senti outra contração, agora mais forte. Tão forte que fiquei sem ar.

– Acho... Acho que está nascendo... – Comentei, arregalando os olhos para Alice.

– Agora? – Jake perguntou, parecendo em pânico.

– Claro que é agora, se eu estou falando! – Exclamei irritada.

Outra contração me fez trincar os dentes. Tentei respirar como as mulheres fazem nos filmes, bem devagar. Ajudou um pouco, mas a dor era maior.

– Vocês tem que levá-la para o quarto. – Alice mandou.

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