7- Resgate Parte 2

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Logo após deixarmos o Distrito N para trás, chegamos ao ponto onde o rastro dos Vampiros Vermelhos desaparecia. O caminho que seguíamos desviava-se para uma estrada menor lateral, de terra batida, que terminava numa reserva abandonada.

Um grande portão de ferro desmantelado marcava o inicio da propriedade. Depois dele havia uma área de terreno gramado, mais além havia apenas uma floresta que seguia até o cume de uma montanha não muito alta. Não dava para enxergar nada, apenas árvores.

– O que faremos? – Renesme perguntou quando descemos do ônibus. Olhei ao redor, procurando algo que chamasse atenção, mas não havia nada.

– Acho que devemos seguir a pé daqui. – Edward falou.

– Temos que tomar cuidado. Os Vampiros Vermelhos se separaram aqui. Nada nos garante que eles não continuam escondidos pela floresta, esperando para atacar qualquer um que se aproxime. – Eu falei.

Algo naquele lugar me deixava com um mau pressentimento.

– Isie está certa. Temos que ficar cem por cento alertas a partir daqui. – Edward concordou. – Vamos pegar os nossos suprimentos e seguir em frente.

Cada um pegou uma grande mochila e enchemos com comida, roupas e barracas de acampamento. Edward ia levando o telefone com ele. Minhas espadas iam amarradas às minhas costas, prontas para serem sacadas a qualquer momento. Os outros estavam igualmente preparados, alertas a qualquer movimentação.
Estacionamos o micro-ônibus fora da reserva, escondido entre as árvores ao lado da estrada. Dali, seguimos a pé por uma trilha escondida, em direção ao topo da montanha.

A floresta estava muito calma. Calma demais. Eu estava inquieta, nervosa sem entender direito por quê.

– Você está bem? – Edward perguntou, segurando a minha mão e seguindo ao meu lado pela trilha.

– Estou sim. – Falei. Não havia o que dizer. Aquela sensação poderia ser apenas nervosismo, já que não tínhamos mais noção de para onde ir.

– Eu sei que faltam apenas mais dois dias, mas vamos conseguir. – Edward falou, tentando me confortar.

– Eu sei. – Eu disse fazendo força para acreditar, esfregando a nuca. Então perguntei. – Você está ouvindo isso?

– O quê? Não estou ouvindo nada. – Edward falou.

– Exatamente. Não há som algum. – Eu falei.

– Eu também achei isso estranho. – Jake disse, aproximando-se de nós com Renesme. – Nunca vi uma floresta tão quieta.

Edward franziu a testa, olhando ao redor. Andamos em silêncio, tentando escutar algo.

Seguimos subindo durante a noite inteira, rápida, mas cuidadosamente. O silencio anormal daquela floresta estava realmente me incomodando. Onde estavam os animais? Por que não havia nenhum dos sons normais que um lugar como aquele devia ter?
Perto do amanhecer, armamos as barracas e os nossos mestres se prepararam para dormir. A floresta onde estávamos ainda era bastante espaçada e o sol penetrava facilmente.
Eu e os outros Guardiões comemos e passamos o dia descansando, atentos a tudo. Mesmo que os Vampiros Vermelhos não pudessem sair durante o dia, nenhum de nós conseguiu relaxar. Parecia que eu não era a única a sentir a tensão que emanava daquele lugar.

Naquela noite voltamos a nos movimentar o mais rápido que podíamos. Conseguimos avançar até um quarto da montanha, mas foi aí que encontramos o primeiro obstáculo.

Estávamos seguindo uma trilha mais apertada, com árvores mais juntas, que não deixavam a luz da lua crescente passar. Ouvimos galhos estalarem pela primeira vez desde que seguimos aquela trilha.
Paramos e nos entreolhamos, prestando atenção. Ouvimos então som de passos, de pessoas correndo. Jogamos nossas mochilas no chão e sacamos as nossas armas, observando e esperando.

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