6- Resgate Parte 1

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Faltavam poucas horas para o amanhecer quando nós partimos. Renesme dirigia, enquanto Edward, Jake e eu tratamos de explicar do que a missão se tratava. Dizer que os nossos amigos ficaram surpresos era dizer pouco.

– Então foi isso... – James disse. – Quando fomos salvar o Oráculo, você morreu, mas voltou daquele jeito estranho, com os olhos negros. Foi por isso.

– Exatamente. – Eu concordei.

– Mas como vocês puderam ter um filho juntos? Quer dizer, é impossível. – Angela falou.

– Sim, é impossível. Mas havia uma profecia sobre nós, como eu já disse antes. Se não conseguirmos salvar o Caleb, nosso mundo pode estar fadado à destruição. – Edward completou.

– Não precisamos dizer que essas informações são secretas. As pessoas destruíram os antigos Death Knights por medo do que eles podiam fazer. E Caleb... Nunca existiu nada como ele no mundo. – Eu expliquei. – Ele correria grave perigo se fosse descoberto.

– Nós sabemos, Isie. Não se preocupe, seu segredo está guardado conosco. – Mike garantiu. Os outros confirmaram as palavras dele.

O amanhecer chegou e com isso, os vampiros se recolheram aos bancos traseiros para o seu sono. Os vidros do micro-ônibus também eram escuros, por isso estavam protegidos.

Os outros Guardiões e eu nos revezamos na direção. Não paramos nem uma vez o dia inteiro, indo o mais rápido que podíamos. Não encontramos se quer uma alma viva pelo caminho.

Nosso caminho passava por onde Edward, Jake, Renesme e eu havíamos sofrido aquele acidente de carro e onde haviam roubado Caleb. O carro continuava lá, capotado entre o mato do acostamento. Passar por ali apenas fazia com que a minha urgência aumentasse. Eu queria o meu filho e o queria agora.

A partir dali seguimos o mapa que Rosalie havia feito para nós. Os Vampiros Vermelhos haviam seguido juntos por vários quilômetros, antes de se separarem e ficarem fora do alcance do satélite. Um pouco mais à frente de onde tudo havia acontecido, saímos da estrada principal para uma lateral menor de apenas duas mãos.
Já estávamos nela há um bom tempo quando os nossos vampiros acordaram. Quem estava ao volante era Angie. Eu fui até Edward e tomei o lugar ao seu lado.

– Como estamos? – Ele perguntou.

– Saímos da estrada principal há algum tempo. Eu nunca havia chegado tão longe da cidade. – Eu disse.

– Nem eu, na verdade. – Edward admitiu.

– Está com fome? – Perguntei, estendendo meu pulso para ele.

– Sim. – Ele disse, mas empurrou a minha mão e inclinou a cabeça em direção ao meu pescoço, deslizando o nariz pela minha pele e, por fim, cravando seus dentes ali. Suspirei, levando minha mão aos seus cabelos e acariciando-os. Mesmo agora, aquela sensação ainda me entorpecia. A ligação que havia entre nós, os nossos corações batendo no mesmo ritmo... Era inebriante.

Quando Edward se afastou seus lábios estavam rubros com o meu sangue. Senti vontade de beijá-lo, vontade de esquecer tudo o que estava acontecendo, todas as preocupações. Mas então um clarão vermelho iluminou parte do ônibus e todos se voltaram para olhar.

Havia uma espécie de acampamento ao lado da estrada. Várias árvores haviam sido derrubadas para dar espaço às barracas improvisadas, que agora estavam em chamas.
Gritos enchiam o ar da noite juntamente com a fumaça.

Percebi alguns segundos mais tarde que aquele era um acampamento humano e que estava sendo atacado naquele exato momento.
Angela encostou o ônibus mais à frente e eu me levantei imediatamente, me dirigindo às minhas armas.

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