9- Fênix

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POV Edward

Ainda não tenho certeza do que realmente aconteceu naquele momento. Num instante Isie estava destruindo o vampiro que matara James e no outro ela estava entrando em colapso. Ela levou as mãos à cabeça, com os olhos fechados, gritando de forma aterradora.
Aproximei-me e a segurei pelos ombros.

– Isie! Isie, o que foi? – Eu perguntei, assustado.

Ela apenas continuou a gritar, caindo de joelhos à minha frente. Abaixei-me, sacudindo-a pelos ombros. Então Isie ficou em silêncio e desabou sobre mim, inconsciente. Apoiei sua cabeça em meu colo e dei-lhe tapinhas no rosto.

– O que houve? – Jake perguntou aproximando-se de nós.

– Não sei, ela apenas desmaiou. – Eu disse. Olhei ao redor e vi que a luta acabara, haviam restado apenas eu, Isie e nossos companheiros de viagem. – Onde estão Heidi e Marcus?

– Nessie acabou com a Heidi, mas eu não vi Marcus durante a luta. – Jake disse.

Voltei a olhar para Isie. De repente ela voltou a se mover. Seus olhos abriram-se devagar, negros como carvão. Ela se ergueu e ajoelhou-se diante de mim.

– Às suas ordens, mestre. – Ela disse.

Olhei-a, abobado. Não entendi o que poderia ter despertado seus poderes de Death Knight. Então ouvi uma inspiração súbita vindo de Renesme. Olhei para ela e a vi com as duas mãos cobrindo a boca. Segui o seu olhar e a cena que eu vi fez gelar o meu coração.

Marcus estava parado sob um raio de luar, com os lábios sujos de sangue. E Caleb... Seu corpinho jazia deitado no trono de pedra de Marcus, pálido como leite.

Uma dor como eu nunca senti antes despertou dentro de mim. Era como se alguém tivesse me partido ao meio, me quebrado em pedaços.

– Marcus, Isabella. – Eu disse. Então corri em direção a Caleb, tentando ver se ele ainda estava vivo.

Isie, por sua vez levantou-se daquele jeito mecânico. Angela havia encontrado o Daisho de couro vermelho que pertencia a ela e jogou na sua direção. Isie agarrou as espadas no ar e dirigiu-se a Marcus.
Ele observava suas mãos e seus braços sob o luar.

– Sim, sim... Posso sentir o poder! – Ele disse com um brilho maníaco nos olhos.

Isie continuou a se aproximar, girando as espadas na mão. Marcus olhou para ela e sorriu, debochado.

– Eu sou invencível, garota. – Ele disse.

Isie não respondeu, apenas brandiu a espada em direção a ele. Marcus sacou sua própria arma e se protegeu do golpe dela. Faíscas voaram das espadas de ambos. Agora Marcus já não sorria.

Cheguei até Caleb, ouvindo o tinido das espadas. O garoto estava deitado ali, em posição fetal, totalmente desprotegido e indefeso. Era como se uma mão de ferro apertasse o meu peito. Peguei-o no colo, seu corpo totalmente mole e frio de encontro ao meu. Meu rosto se contorceu de pesar e senti um rugido escapar de meu peito. Jamais haveria lágrimas suficientes para aplacar aquele sofrimento, mesmo que eu chorasse durante toda a eternidade.

Virei-me para a luta, apertando Caleb em meus braços. Marcus lutava bem e era forte, até por que ele fora rei durante muitos séculos. Mas ele não era nada excepcional. De fato, Isie era muito mais forte do que ele. Ela o havia encurralado perto das altas janelas que descortinavam a montanha.

O golpe seguinte o desarmou, fazendo sua espada voar pela janela.

– Isso não está certo! Eu sou invencível! Serei rei novamente! – Marcus gritou, pouco antes de ter a espada de Isie cravada em seu coração. Então ele desapareceu em uma nuvem de pó que foi levada pela brisa montanha abaixo.

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