10- De Volta ao Lar

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Sentamo-nos ao redor da mesa de audiências que havia ali e Alice ficou insistindo em pegar Caleb no colo.

– Eu sou a sua tia Alice, ta bom? Sou a sua melhor tia. – Ela dizia à criança.

– Mas a tia Renesme é a minha melhor tia. – Caleb resmungou. Alice fez cara feia para Renesme.

– Agora vamos ao que interessa. O que houve com vocês nessa viagem? – Emmet perguntou, ignorando completamente a irmã.

Contamos tudo o que havia ocorrido da melhor forma possível. Cada um explicava o detalhe que sabia, ajudando um ao outro. Quando chegamos à parte sobre o seu pai, tanto ele quanto Alice, Jasper e Rosalie exclamaram, surpresos. No entanto, eles não nos interromperam.
Foi difícil falar sobre a morte de James. Eu o havia odiado por bastante tempo e havia até mesmo desconfiado dele, mas no fim, ele havia salvado Edward e, consequentemente, a mim. Quando chegamos ao final da narrativa, os quatro estavam boquiabertos.

– Como isso é possível? Todos achavam que ele havia morrido há dez anos. – Emmet falou, levantando-se de seu lugar e andando de um lado para outro.

– Ele disse que muitos simpatizavam com ele e que se juntaram a ele depois que ele forjou a própria morte e fugiu. Laurent era um deles, mas todos foram eliminados nas batalhas que houveram. Ele estava apenas usando os Vampiros Vermelhos para nos distrair, como linha de frente, prometendo-os uma vida diferente quando voltasse ao poder. – Edward explicou.

– E Caleb? Como ele sobreviveu? – Alice quis saber.

– Não tenho ideia. A Isie teve meio que um surto, ela começou a gritar e seus poderes de Death Knight despertaram. – Edward explicou. Então baixou a voz, como se o que fosse dizer doesse. – Caleb... Ele parecia morto, mas quando Isie derrotou Marcus, ele voltou à vida.

Todos voltaram os olhos para mim.

– Eu não sei o que aconteceu. Eu vi Marcus mordendo o Caleb, então ouvi um zumbido alto. Minha cabeça parecia querer explodir, minha pele estava em chamas, então não sei o que aconteceu em seguida. – Eu disse, dando de ombros.

– Então a lenda estava errada? – Jacob sugeriu em tom de dúvida.

– Talvez. Ela dizia que o vampiro teria que sugar o sangue do híbrido e quando ele morresse, a pessoa seria invencível. – Alice relembrou.

– Mas Caleb não morreu, então não funcionou. – Renesme concluiu.

– Ele parecia... Parecia estar morto. – Edward falou baixinho, como se estivesse dizendo algo indecente.

– Algo o impediu de morrer. – Jacob apontou.

– E as profecias? Aquelas que ligavam vocês, Caleb e Marcus? – Jasper lembrou.

Então Alice começou a recitar a primeira:

A sede de sangue pintará tudo de vermelho,
E a ordem será abalada pela matança.
O mundo humano cairá em desgraça,
A menos que se levante um da extinta raça.
Para que a vida se preserve,
A Fênix deverá morrer e das cinzas se erguer,
Então, em sua glória, o Tirano irá perecer.

E então a que ela própria fizera:

Um tributo de sangue será reclamado,
Para que um fim na batalha seja dado.
Pelas mãos de sua família tirada,
A vida do inocente estará findada.
O poder do amor será testado,
A dor da perda findará o legado.
E aquele há muito Perdido,
Finalmente encontrará o fim merecido.

– Então a Fênix, no fim, era Caleb, não eu? – Eu questionei.

– Talvez. Ele com certeza foi o tributo de sangue falado, quando Marcus bebeu dele... E Marcus era Tio-avô de Caleb, ou seja, família, e lhe tirou a vida... – Alice resmungou. Ela parecia estar falando mais consigo mesma. – Então quer dizer que ele morreu mesmo... Mas resurgiu das cinzas... Das cinzas de Marcus. O poder do amor de Isie, da sua dor, foi o que o trouxe de volta?

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