Livre?

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Miami agora é passado. Depois de pegar as minhas malas, fico alguns minutos tentando criar coragem para falar com meu ex-chefe e atual ex-caso. Respiro fundo, para de ser covarde Megan!

— E... eu vou pegar um táxi. Tchau Damon, tenha uma boa vida. – Tentei sair de fininho, mas antes que eu desse um segundo passo seus braços me envolvem pela cintura, me mantendo presa no mesmo lugar. Maldito corpo traidor precisa se arrepiar?

— Onde você pensa que vai, amor? – Sinto minhas pernas fraquejarem, ele não pode ficar me chamando assim...

— Não me chame assim, que eu não te dei essa intimidade. Apesar de não ser da sua conta, eu vou para a minha casa, sozinha. Fui. Ou não... – Resmungo quando ele continua me prendendo contra seu corpo gostoso.

— Você quis dizer que vai para a minha casa, não é? – Reviro os olhos,  ele finalmente afrouxa seu aperto e eu me afasto. Não consigo pensar com seu corpo tão próximo ao meu.

— Não. – Ele parece respirar fundo para manter a calma.

— Megan, você sabe tão bem quanto eu que precisamos conversar. Ou você vai por bem, ou vai ser do meu jeito. – Droga. Olho ao redor, procurando uma saída, sei que precisamos conversar, mas eu não quero, não sei o que estou sentindo. Sinto que uma lâmpada se acendeu em cima da minha cabeça com a ideia brilhante que eu tenho.

— Ogro.... Posso pelo menos ir ao banheiro? – Faço minha melhor cara de boa moça, ele me olha como se soubesse o que pretendo fazer, mas apenas dá de ombros.

— Seja rápida, ainda temos que pegar o Gigante no pet hotel. – Tento não sentir uma invejnha branca do Urso, queria eu ficar num hotel 5 estrelas com meus amigos caninos, espera, com meus amigos normais, se bem que nem isso eles são...

Dentro do banheiro olho com cuidado as cabines pra ter certeza de que estou sozinha, sorrio ao perceber que a barra tá limpa. Vamos lá Megan, pensa em todos os filmes que você já assistiu, como você vai fugir desse aeroporto? Olho para a janela, ela é grande e tenho certeza de que consigo passar fácil, ou quase, já que ela é um pouco alta. Droga, e agora?

Olho ao redor quase desistindo da minha ótima ideia, e quase faço uma dancinha da vitória ao me perceber que a lata de lixo é enorme. A empurro até parar no rumo da janela, Pego a e a viro de cabeça para baixo, subo em cima, me desequilibro um pouco e quase caio. Preparo meu psicológico para o passo mais importante que é pular, olho para o lado de fora e para a minha sorte tem grama do outro lado, com um pouco de esforço consigo apoiar meu corpo e pular, vamos ignorar o fato de que estou coberta de grama. Ando em direção à rua e suspiro de alívio ao ver que tem vários táxis por perto, corro até o mais próximo que vejo, o taxista me olha como se eu fosse doida, falo que tropecei na grama e passo o endereço da purpurina.

Eu estou livre!

Acerto com o taxista quando o carro estaciona na frente da casa rosa do Vic, tento melhorar a minha situação antes de descer, mas não adiantou muito. Toco a campainha e aguardo alguém abrir a porta, logo minha purpurina preferida atende com um roupão e uma máscara amarela no rosto.

— Love, cheguei! – Falo abrindo os braços e Vic me abraça.

— Love não sabia que você chegaria hoje, deveria ter me ligado que eu te buscava no aeroporto! Por que o chefe delícia me ameaçou de morte? E por que você não atendeu minhas ligações? Melhor, por que foi o chefe delícia quem atendeu o seu celular? Vocês transaram? Eu tenho certeza de que sim então se mentir vou deixar a Gabi acabar com você todinha! – Fico até zonza com tantas perguntas ao mesmo tempo.

— Meu Deus, que purpurina intrometida... – Resmungo. – Deixa eu respirar, Vic! Preciso de um banho, olha a minha situação. – Ele revira os olhos e sei que é uma batalha perdida.

O Lutador - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora