A Desconhecida, Lucy

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Me encantei com a família do Salvatore, a maioria pelo menos, já que tem umas primas do Damon que eu simplesmente não fui com a fuça e percebi que é recíproco. São pessoas legais e simples na medida do possível, diferente da minha, se é que posso chamar o que eu tinha de família. De qualquer forma, não estou acostumada a receber tanta atenção assim e preciso de um pouco de silêncio, foi um voo cansativo. Procuro pelo Damon com os olhos e o encontro numa conversa que parece animada, com Tony e seu pai.

Para a minha alegria o jardim está vazio, apenas meu urso tá aqui e por algum motivo preso. Que palhaçada é essa? Ele é um amorzinho e essa é a casa dele. Assim que Urso percebe minha presença coma a latir enquanto tenta se soltar, me apresso em soltá-lo, não quero que ele se machuque.

— Também senti sua falta. – Falo enquanto tento não cair com a empolgação dele, parece que faz tempo que ele está preso aqui. – O que acha de a gente dar uma voltinha? – Como se eu tivesse dito as palavrinhas mágicas o cachorro para de pular ao meu redor e começa a latir para me apressar. – Au au para você também, apressadinho. Vou trocar de roupa primeiro e depois a gente sai de fininho, ninguém vai nem perceber. – Ele faz uma carinha de quem está prestando atenção no que eu falo e dou risada.

Tudo bem, meu plano de passar despercebida deu muito errado. Aparentemente o Urso chama muita atenção e algumas pessoas têm medo dele, tadinho do meu bebê. Dou um sorriso sem graça para algumas pessoas e continuo o meu caminho em direção as escadas. Juro que não ia dar atenção para as primas chatas do Damon, mas Urso não foi com a cara delas e passou na minha frente começando a rosnar. Tento não rir, apesar de até alguns segundo atrás elas estarem debochando de mim enquanto cochichavam em um tom não tão baixo.

— Alguém tira esse monstro daqui! – Escandalosas. Elas lançam um olhar maldoso na direção do meu Urso, sério isso produção?

Não preciso olhar para sentir que Damon se aproximou de mim, sinto ele passar um dos braços pela minha cintura.

— Aí! – Falo debochada para chamar a atenção delas. – Me desculpem por isso. Eu realmente esqueci que vocês estavam aqui... – Elas me dão um sorriso irônico e retribuo. – Se por um momento eu tivesse lembrado da existência de vocês não teria feito ele passar perto, tadinho do Urso, o bichinho odeia galinhas. Aliás, que falta de educação a minha, esqueci de perguntar se querem alguma coisa, se estiverem com fome tem milho na cozinha. – Voltei a ter 15 anos, mas foda-se. Ninguém vai mexer com meu bebê.

Por um momento a casa fica num silencio absoluto até que começo a ouvir risos, incluindo do lutador ao meu lado.

— Priminho, você poderia ter arrumado uma mulherzinha melhor, com classe. – Sinto Damon ficar tenso à medida que seu braço aperta mais minha cintura, ele começa a falar, mas o corto.

— A saída é para aquele lado. – Aponto na direção da porta.

— E daí, sonsinha? – Dou um sorriso falso, não vou partir para agressão. Respira Megan.

— Sonsinha uma ova! Sai da minha casa, agora. – Ela me olha como se eu fosse um E.T e uma parte de mim se sente orgulhosa por eu não ter gritado.

— Priminho, você vai deixar essa aí falar assim comigo? – Olho para o Damon, o desafiando a defender essa galinha. Sei que acabei de chegar, mas agora a casa é minha também e não vou admitir que faltem com respeito dentro dela. Tenho certeza de que se a Gabi estivesse aqui já teria colocado todas as galinhas para fora no tapa. Damon abre um sorriso de lado.

— Estefani, não somos primos de verdade. Você acha mesmo que vou deixar você desrespeitar a minha mulher dentro da própria casa? Some daqui e se for inteligente não vai mais aparecer na minha frente. – Me perco olhando para o Damon, ele realmente me defendeu?

O Lutador - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora