Fantasmas do Passado

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Damon fica me olhando de um jeito muito intimidador, sem dizer uma palavrinha, me sinto como uma criança levada que fica aguardando a bronca da mãe, como se eu soubesse o que é isso. Suspiro me sentindo cansada e o olho de volta.

— Tudo bem, pode começar a gritar para acabarmos logo com isso, Damon. – Falo imaginando o quão puto ele deve estar se sentindo, apesar de não aparentar.

— Eu não vou gritar com você, Megan. - Ah sim. Levo um instante para compreender suas palavras e não consigo esconder a surpresa.

— Não?! Logo você? Os alienígenas ainda estão com o você verdadeiro? – Toco sua testa procurando algum sinal de febre. - Sua temperatura tá normal... - Ele me olha parecendo divertido e fico procurando o que tem de engraçado aqui.

— Megan, eu sei que as vezes sou um idiota com você, mas nos últimos dias eu pensei que estávamos bem e só percebi que estava enganado quando na primeira oportunidade você fugiu, literalmente, por uma janela só para ficar longe de mim. – Ele passa as mãos pelo cabelo loiro e acompanho o movimento com o olhar. – Por que você fugiu? – Ele parece realmente confuso agora.

— Damon, você me sequestrou, literalmente. Fica querendo controlar todos os meus passos, foi o único jeito que encontrei de conseguir um espaço. – Sou sincera e ele me olha atento.

— Eu sei que posso ser um pouco... Difícil as vezes. – Sorrio debochada pelo eufemismo, mas surpresa por ele admitir alguma coisa. – Mas você já sabia disso, então por que você fugiu?

— Eu preciso pensar, Damon. Aconteceram muitas coisas recentemente, eu não estava preparada para nenhuma delas, não estava preparada para você. – Admito e me sento no sofá da sala.

— Você pode pensar perto de mim, onde eu posso saber que você está segura. – Ele me olha sério, mas não bravo. Isso é novidade.

— Perto de você a última coisa que eu consigo fazer é pensar! – Ele se senta ao meu lado, muito perto na minha opinião, antes de abrir seu sorriso convencido.

— Fico feliz por saber que eu te desconcentro, você faz o mesmo comigo. – Ele me olha como se eu estivesse nua, e merda, eu queria estar só para senti-lo me tocando outra vez. – Você pensa demais, como se realmente tivesse uma escolha. – Bufo irritada.

— Este é o seu problema! Você se acha a merda do meu dono, mas não é. Eu tenho escolha sim, é a droga da minha vida e as decisões são únicas e exclusivamente minhas. Qual é a dificuldade em compreender isso? – Pergunto e o vejo respirar fundo. Pensei que ele fosse se irritar como o de costume, mas ele apenas abre um sorriso estranho.

— As decisões deixaram de ser suas quando você disse que era minha, porra. E eu estou longe de te deixar livre, muito longe. – Reviro os olhos, parece que não vamos chegar a lugar nenhum com essa conversa.

— Damon, eu fui bem clara quando disse que seria sua por uma noite! – Ele me olha de um jeito determinado.

— E eu te avisei que era para sempre, agora é tarde para querer voltar atrás. – Respiro fundo tentando manter a calma.

— Quer saber? Vá a merda com essa sua atitude. Você pode até querer mais do que apenas brincar comigo, mas não é assim que vai me conquistar. – Como se ele já não o tivesse feito...

Me levanto disposta a voltar para a segurança do quarto, mas sinto uma de suas mãos em meu pulso e um arrepio familiar em meu corpo. Corpo traidor.

— Espera, eu tenho uma proposta para você. – O olho desconfiada, mais alguém aqui está com medo?

— Que tipo de proposta? – Espero ter soado confiante enquanto me desvencilho do seu toque, não faz bem para a minha calcinha.

— Casa comigo. – Ah claro... O quê? Casar? Tipo casamento?

O Lutador - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora