As Três Palavras

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— VAI MORTE, ACABA COM ESSE FILHO DA PUTA! – Tony grita ao meu lado, mas não acho que meu anjo o tenha escutado.

Merda.

— Onde você vai Megan? Volta aqui... – Ouço a voz do Vic, porém apenas ignoro enquanto faço meu caminho até a grade de proteção. Ele precisa lutar.

— LEVANTA ANJO! – Berro o mais alto que consigo e quase sorrio quanto ele vira a cabeça em minha direção, consigo ver a confusão em seus olhos, mas logo passa. – MOSTRA PRA ESSE IDIOTA QUEM É O MEU ANJO DA MORTE! EU ESTOU COM VOCÊ! – Como se minhas palavras tivessem efeito, observo o momento em que ele consegue reverter a situação ficando por cima do cara. - VOCÊ CONSEGUE, EU TE AMO! – Aí meu Deus.

Eu... Eu não disse isso... Tarde demais, tão rápido quanto as palavras saíram da minha boca, sua cabeça se vira em minha direção e vejo seus olhos brilharem. Sinto minha garganta secar pelo nervosismo e não espero por mais alguma reação antes de voltar para o meu lugar.

As coisas ao meu redor parecem em câmera lenta, não sei quanto tempo Damon realmente levou para acabar com o seu adversário, mas todos estão comemorando sua vitória. Minha pressão baixou tanto com o choque do peso das minhas palavras, que por um momento, do outro lado do ringue, eu vi alguém que já está morta.

Flashback on:

— Sua vadiazinha insolente! Eu vou acabar com você, sua inútil! – O medo me consome enquanto olho a expressão irritada em sua face.

— E... eu... – Sinto meu rosto arder no local onde ele desferiu mais um de seus tapas.

— Engole a porra desse choro sua putinha! Você vai me pagar muito caro pelo prejuízo que me deu... – Assisto o momento exato em que ele pega a cinta de couro e vem em minha direção com seu sorriso diabólico.

O que eu fiz para merecer isso?

Eu gritei por ajuda e implorei para que ela parasse, mas nada adiantou. Ninguém apareceu para me salvar, apenas apanhei até ficar inconsciente.

Flashback off.

Pisco os olhos e constato que não tem ninguém lá, apenas a multidão se dispersando.

— Você tá bem? O que aconteceu no ringue? – Vic pergunta me olhando desconfiado.

— Cadê o Damon? – Pergunto olhando ao redor e ignorando suas perguntas descaradamente.

— Ele pediu para te levar embora, um dos seguranças gostosos trouxe o meu carro. O engraçado é que até agora ninguém me contou o que está rolando, então começa a falar lindinha. – Reviro os olhos, nem eu sei o que está acontecendo.

— Desde quando o Damon sabe pedir alguma coisa, Purpurina? – Debocho vamos até o carro. – Ele estava normal?

— É o Damonlícia, desconhece o que é ser normal. Mas ele parecia com pressa o suficiente para sair daqui sem nem tomar um banho, ou falar com você. – Vic destrava as portas do carro e me sento no banco do carona enquanto ele dá a volta para ocupar o do motorista. - Ele disse que queria falar com você em casa, de um jeito bem esquisito. Aconteceu alguma coisa, amor? – Sinto ele me observar com atenção.

— Não, nada. – Merda, respondi rápido demais.

— Começa a falar que euzinho não tenho a noite toda. – Respiro fundo antes de o encarar.

— Talvez eu tenha dito as três palavras no calor do momento. – Vic freia o carro com tudo e solto um palavrão pelo susto.

— Como? Quando? Onde? Aí meus Deuses, você disse! Você finalmente disse! Aí que tudo! Agora eu saquei, agora tudo faz sentido. Damonlícia estava com pressa para comemorar na cama com você... Por que não me disse antes? A Gabi precisa saber disso, a Suzi vai ficar tão orgulhosa que... – Victor continua falando sem parar até chegarmos na frente da mansão monstro.

O Lutador - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora