Visita Inesperada

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Eu sei, eu sei. Não estou louca, ainda, mas hoje é a primeira vez na história que euzinha acordo bem-humorada em plena segunda-feira de manhã. Nem aquela maldita mensagem anônima será capaz de estragar meu dia.

Hoje é o primeiro dia de liberdade pós efeito Damon Salvatore. Vocês podem achar um exagero minha felicidade, mas lembrem-se "Um pequeno passo para a lua e um grande passo para o mundo", era o que minha vó sempre dizia... Ou era algo assim, não sou muito boa com ditados.

Observo um pouco o homem que dormindo parece um anjo, mas acordado é o próprio chefe do inferno. Tão sereno, calmo, tranquilo e... Espera, já passa das 08h00 e este infeliz ainda está dormindo? Como já estou pronta, apenas me sento na beirada da cama.

— DAMOOON ACORDAAA!!! – Assisto ele acordar desesperado e pronto para bater em alguém. Que exagero.

— Tá doida porra? – Ele pergunta quando percebe que tudo está na mais perfeita ordem e reviro os olhos como resposta.

— Levanta logo, temos que ir trabalhar. – Ele abre um sorriso que, mesmo preguiçoso, é do mal.

— Decidi que hoje não vou trabalhar, vamos passar o dia em casa, não tem muito o que fazer na empresa. O que acha de fazermos sexo de bom dia agora? – Ele se aproxima de uma maneira perigosa e me apresso em levantar da cama. Eu sei bem o joguinho que ele está fazendo, idiota.

— Se é assim, tudo bem então. – Abro meu melhor sorriso.

— Tudo bem? Não vai ficar brava ou tentar me fazer mudar de ideia? – Ele me olha desconfiado, dou de ombros antes de responder.

— Está tudo bem, Damon. Pode ficar em casa curtindo o dia na cama, eu vou trabalhar sozinha. Tchau, querido. – Me viro sem dar muita atenção para a carranca que ele fez e desço até a cozinha. Optei por tomar apenas o suco de melancia que a dona Ana deixou pronto, mais fofa impossível.

Observo um Damon carrancudo entrar na cozinha, devidamente vestido de terno.

— Achei que você fosse passar o dia em casa, eu posso me virar sozinha. – O provoco debochada enquanto tomo o último gole do meu suco.

— O inferno que você vai a alguma porra de lugar sozinha! – Sorrio, uma parte em mim adora o ver irritado por minha causa.

— O dia está tão lindo, por que você está de mau humor? Quer um docinho? – Começo a rir, mas paro assim que ele invade meu espaço pessoal com seu corpo.

— O que é tão engraçado, senhora Salvatore? – Seu perfume me entorpece e quase tenho vontade de agarrá-lo, quase.

— Não sei, talvez ver um certo lutador se rendendo aos poucos. – Ele parece me avaliar, mas logo se afasta. Nem um beijinho?

— Vamos logo antes que eu te tranque na porra do quarto. – Reviro os olhos.

— Vou falar uma vez só, você nunca mais vai me trancar em lugar nenhum, já disse que não sou uma boneca. – Passo por ele batendo meus saltos no chão de propósito.

— Porra de mulher difícil. – O escuto resmungar atrás de mim e sorrio, eu nunca disse que era fácil.

[...]

Fomos o caminho todo em silêncio, mentira, só o idiota do Damon que foi. Como disse antes, hoje estou de bom humor, então cantei todas as músicas que tocava na rádio e posso jurar que em alguns momentos ele queria rir, mas como queria manter a pose de mau ficou se segurando. Ao chegar na entrada da empresa ele passou o braço pela minha cintura, assim que entramos todos os pescoços se viraram em nossa direção e levei alguns segundos para entender o motivo. Ninguém sabe do nosso casamento, sequer que poderíamos ter alguma coisa. Droga.

O Lutador - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora