Capítulo 01
Terapia, Harry
Depois que ele se foi.
Minha vida tem sido uma tragédia desde que você se foi.Sinto um cheiro azedo por todo o quarto, assim que aos poucos vou recuperando meu sentido. Minha garganta está seca e arde, como se eu tivesse fumado mais cigarros do que deveria na noite anterior.
Quando tomo coragem e finalmente abro meus olhos, leva meia segundo até que eu os feche novamente. A claridade me cegando.
Minha cabeça dói só de pensar no sermão que o Liam vai me fazer escutar. Como se eu não soubesse que eu estou destruindo minha vida. Eu tenho consciência, por isso que faço.
Levo minhas mãos aos olhos coçando-os, apertando os olhos tentando enxergar melhor.
Quando vejo um corpo adormecido ao meu lado, eu tenho um pouquinho de senso, e penso brevemente, o quê eu estou fazendo da minha droga de vida? Eu estava tão bêbado ontem, não me lembro de ter dormido com ninguém. Não me lembro nem de ter dormido....
Cabelos azuis e curtos são o que eu vejo. Pele bronzeada e uma etnia facilmente definida. Uma bela jovem paquistanesa.
- Ei, doce - cutuco levemente seu braço -Por favor, acorda - passo meus dedos por seus olhos e a chamo mais uma vez. -O-okay, eu vou fazer algo, mas espero que você não acerte meu nariz - me sinto meio mal quando aperto o seu nariz de botão, leva 3 segundos até que ela me encare com a sobrancelha franzida.
-Por que você fez isso?
-Nós transamos?- pergunto, mesmo minha garganta rasgando pela dor.
-Não! Eu sou lésbica. -ela suspira-Você beijou meu irmão. Aquele deitado no sofá vermelho.
Olho para o garoto com o cabelo rosa, e sorrio pra como o cabelo deles combinam. Agora que já sei que não transei com ninguém, e não preciso me preocupar com uma futura DST, me sinto livre pra sair do quarto.
-Obrigado - me virei, não aguento mais ficar ali.
Não me entendam mal, eu gosto de maconha, de cigarros, sexo e bebidas alcoólicas, mas todos esses cheiros no mesmo lugar me causa uma dor de cabeça enorme.
ACDC. Highway to hell. É o que toca nos meus fones enquanto eu caminho em direção a clínica. Um cigarro apagado está preso entre meus lábios.
É uma metáfora, Hazel Grace.
exceto, que não.
Eu me mato todos os dias com pequenas doses de suicídio diários.
Tudo tem poder para me levar a morte.O vento gelado bate mais forte em meu rosto numa forte rajada de vento, logo começará a chover. Paro e enfio o cigarro no bolso assim que vejo o edifício em que eu deveria estar há mais ou menos 10 minutos. Meu padrasto conseguiu um psicólogo pelo seu plano de saúde familiar para mim.
Ha. Como se ele me considerasse parte da família. Ha.
-Seu nome é Harry Edward Styles, certo? - o psicólogo pergunta, seus olhos fixados em mim por trás das lentes de seus óculos.
-Isso- falo sem muita empolgação.
-Posso te chamar de Harry?- ele pergunta gentilmente, afirmo com a cabeça - o que te traz hoje aqui, Harry?
-Achei que meu padrasto já tivesse te contado toda minha vida, o quão perda de tempo eu sou.- tentei soar despreocupado, sabendo que tinha falhado. ajeitei os anéis dos meus dedos para não ter que olhar em seu rosto.
-Nada do que ele tenha me dito afetará meu diagnóstico. Você é meu paciente, não ele. - ele anotou algo em sua prancheta enquanto ajeitava os óculos - Você não concorda?
-No fim das contas é ele quem paga por isso. - vejo seu rosto se franzir ao que termino de falar.
-Você não acha que merece uma chance, Harry? De ser feliz? - ele pergunta, visivelmente preocupado.
-Por que eu deveria? Se a felicidade há dias já me abandonou. Louis Tomlinson levou tudo com ele. - suspiro. - Nem meus cigarros vão fazer o mesmo dano que ele fez. - meus olhos ardem ao que eu continuo explicando - Você quer que eu pare de fumar, e quer me encher de outras drogas. Quando não importa nada do que você faça, você acha que a quantidade de cigarro que eu fumo vai me matar aos 45. Mas ele que matou - puxo meu cabelo em frustração - quando decidiu que seria melhor viver sem mim.
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Crazy in Love l.s (EM EDIÇÃO)
FanfictionLouis e Harry são um clichê improvável. O badboy sempre parte o coração do mocinho. Exceto, que é Harry quem fica pra trás. Harry é um punk bonzinho. Louis é evangélico, e não é gay. (exceto, que ele é).