Bem-vinda

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Depois de muito custo pelo tempo, achei que o AVIÃO ia cair com a gente do nada. O vento estava muito forte, e eu achei que iria passar dessa para melhor, porquê venhamos e convenhamos que o avião não era nada confiável, mas entre ir para o colégio interno e ficar lá morgando pro resto do ano, foi preferível ARRISCAR minha vida de modo radical, e entrar naquela aventura pro Alasca. Antes se eu tinha algum propósito pra fazer no Alasca foram totalmente perdidos, meu lema naquela hora era sobreviver, porquê se eu caísse no mar, eu viraria comida de peixe, era impossível sobreviver a água estava muito fria de acordo com nosso piloto, e não havia instalações por nenhuma parte de gelo e de ilha num raio muito grande de quilômetros, e depois quem sabe eu poderia contar aquilo pros meus netos no futuro? Ou não né? Se tem uma coisa que eu não gosto muito, são crianças, BICHINHOS DO CAPETA! Sinceramente não tenho um certo nível de simpatia para tratar aqueles seres.. DEVE SER PORQUÊ eu não tive primas meninas, só meninos, então fiquei devastada das brincadeiras de garotas, e os garotos não são nada delicados, ou fazem algo que você pede, eles sempre vão te infernizar, e ainda por cima SACANEAR com a sua cara.
Depois de não ter colocado mala nenhuma na bagagem do avião, por ter colocado TODAS as roupas em mim, menos os sapatos que joguei na minha mochila da jansport comprada em uma liquidação de coleção retrasada, eu me arrependo eternamente por não ter roubado nenhum casaco do meu avô, aquilo com certeza daria um bom jeito no frio que estou sentindo, e quando eu digo FRIO, é pra vocês imaginarem vocês dentro da geladeira ou melhor ficar preso dentro de um frigorífico, e se tornar carne humana congelada.
Como eu estava dizendo, depois de algum tempo pousamos num aeroporto, era assustador, e eu parecia um arco íris de tantas cores de roupas no meu corpo, o piloto perguntou da onde eu vinha, e pra um acontecimento melhor ainda, ele falava PORTUGUÊS, me fez tirar as roupas coloridas, e me deu uma roupa perante ao inverno, mas o problema é que a calça ficou curta, era da filha dele de acordo com o que me disse, e era rosa, eu parecia uma daquelas garotinhas que viajam com os pais e fazem fotos fofas na neve.. COISA TERRÍVEL de se ver, meu tio teria que me dar roupas novas porque o pouco de dinheiro que eu tinha (que era pra sobreviver no colégio) eu gastei com a passagem só de vinda para cá. Avistei um GIGANTE encostado no batente da porta grande de aço que impedia aquele vento frio e congelante de entrar pra dentro onde as pessoas aguardava sua morte ou melhor seus voos. Era meu tio, quanto tempo, cabelos brancos? Que estado devastador! Andei até ele e o abracei, já imaginava uma risada, mas NAO um escândalo de uma hiena, eu estava mesmo ridícula.
Ele pegou minha mochila lotada agora de roupas, e fomos em direção a uma loja da cidade com minha ROUPA ROSA PINK, parecia a elefanta dos clipes infantis de antigamente. O carro até que era aconchegante, e eu não havia pensado que, morar no meio de ursos e bichos selvagens seria uma boa opção pra mim, MERDA!
O carro parou em uma loja de departamentos, era um micro shopping pra dizer a verdade, mas que DIABOS, eu estava RECLAMANDO, eu teria que usar uniforme na escola, então fiz o que pude com míseros 500 dólares.
Afinal além de ter que usar aquelas roupas em casa, teria que usar na escola também, ÓDIO
Zz
Lzz, e eu mal sabia falar inglês, juntou a fome e a vontade de comer, e ambos vão passar fome!
Deu pra comprar 3 calças, das quais eu preferi preta, era a melhor opção que eu tinha. Quatro blusas pra colocar debaixo dos casacos gigantes, preferi coloridas, sei que era meio ridículo, mas azul-claro, rosa, cinza e preto era uma das minhas cores favoritas. Dois casacões de frio mesmo, daqueles com os pelos dentro e na toca, um preto com pelos marrões, e um verde exército com pelos rosa PINK, bem PINK! E duas daquelas botas com pelo por dentro, preferi marrom e preto, era cores legais pra sapato. Também tive que comprar luvas porque sinceramente eu não SENTIA MEUS DEDOS! O aquecedor daquele local era uma bosta! Depois de separar minhas coisas todas, meu tio me oferecia um lanche completo, fazia horas que eu não sabia o que era comer de verdade. Depois de comer aquilo tudo parecendo uma esfomeada, colocamos a sacola no carro e seguimos em direção à casa, achei que fosse algo perto, mas PORRA, era muito longe de tudo, fiquei duas horas dentro do carro, até chegarmos em outra cidade, mas ainda não havíamos chegado em casa, mais quarenta e cinco minutos pela estrada a fora, a vista era o que deixava a viagem mais agradável. O constrangedor era aqueles ENORMES ursos que ficavam à beira da estrada e a quaisquer momento poderiam invadir a pista e causar um acidente ou seja, minha morte. (Caso eu não morresse, e sim, o urso. Eu teria um belo tapete na minha nova sala). Depois de quarenta e cinco minutos, esperando para conhecer minha nova moradia por algum tempo indeterminado, chegamos.
Apesar do meu tio, ser um pescador meio de quinta, e ter uma reserva de madeira pra utilitários inversos, a casa que eu achei que pudesse ser um muquifo era super moderna pra aquela estação e cidade, era um chalé, admito. Mas era um chalé moderno, três andares e um cômodo abaixo, o porão. Não teria noção dele CASO eu não tivesse tropeçado no tapete que tinha na cozinha e rolado escada abaixo pra dentro dessa parte, era nojento, porque lá que ficava um pequeno frigorífico de carnes, e o sangue vinha ao chão, mas por outro caso, tinha uma parte legal, bem agradável a mim, uma estante complexa de livros novos e antigos, muitos clássicos da literatura, achei o PARAÍSO. Além disso tinha também, um pequeno sofá com algumas almofadas e uma manta cobrindo uma parte. Retornei à parte de cima, meio com algumas teias de aranha, e havia um prato generoso de biscoitos quentinhos (lembrou muito o que minha avó fazia) e um copo de chá, como meu tio adivinharia aquilo tudo? Mas ok.
Estava gostoso, eu admito!
Após andar perambulado dentro da casa, porque simplesmente meu tio me abandonastes para resolver algum problema da madeireira. Eu resolvi ir dar um jeito no meu quarto, ele dissera que comprastes coisas para mim, como lençóis e cobertas, coisas pra cama, e algumas roupas a mais. Era necessário. Comprastes algo de banheiro e outras coisas relacionadas ao meu bem estar.
Mas estava tudo um caos, o chão luz estava cheia de sacolas, não era adepta a nada. OLHA PRA MIM? Arrumando o meu quarto, se fosse no Brasil, isso seria piada. Mas aqui, é a minha menor preocupação. Joguei as sacolas pro corredor, junto com as coisas que teriam que arrumar, e fui a procura de um pano limpo e molhado para a passagem do chão, tinha poeira ATE! Passei o pano, em tudo, tanto na parte do closet, chão e o criado mudo. Arrumei minhas coisas de banheiro primeiro, e pendurei as toalhas compradas no box, depois a parte mais chata, de ter que colocar lençol, COMO SE COLOCA lençol de elástico? Você puxa de um lado e solta do outro, definitivamente eu não sirvo pra isso, eu dormiria no colchão puro caso eu não fosse tão chata pra isso! Depois de vinte três minutos tentando, eu resolvi largar de lado e arrumar minhas roupinhas no guarda-roupa, joguei tudo que havia naquela sacola em cima da cama desarrumada.
Desisti de fazer tudo aquilo, eu não sirvo mesmo pra nada, resolvi descer na cozinha pra comer outra coisa, frio da fome!

Fatos de uma GordaOnde histórias criam vida. Descubra agora