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Samantha sabia que o abraço que tinha acabado de dar a Calum tinha sido uma grande evolução e que pelo menos, durante aquele dia devia evitar o contacto com o ex-namorado. Mas quando o viu a passar por ela a cem à hora rumo à paragem de autocarros, teve uma grande vontade de correr atrás dele e beija-lo.

"Nem penses nisso, Sammy!" Sam não pode evitar virar-se para ver quem é que a tinha chamado e não pôde acreditar quando ficou cara à cara com o sorriso maravilhoso do loiro.

"Luke!" suspirou e o rapaz que já tinha fechado a boca voltou a sorrir. A rapariga não podia negar, também queria sorrir e mostrar felicidade mas o sentimento que nutria pelo loiro não era de amizade, mas sim de ódio. "Bem... tenho de ir!"

Rodou os calcanhares e ainda com o coração a mil tentou acelerar o passo, mas o seu corpo parecia que tinha congelado. As suas pernas magras e o seu corpo esguio e alto pareciam que tinham sido trocados por uma idosa de metro e meio e com oitenta quilos. As suas pernas estavam pesadas e questionou-se se conseguiria dar um passo sem cair de cara no chão.

"Eu vi... o que aconteceu." a rapariga que nem cinco passos tinha dado parou e com o seu olhar mais mortífero fitou o antigo amigo.

"Deves ter visto mal, porque não aconteceu nada." suou confiante mas estava com as pernas a tremer.

Sam sabia que estava longe do portão da saída e que a sua irmã já estivesse à sua espera telefonaria-lhe mas por momentos desejou que a Sasha fosse um taxista de Nova York e que os seus gritos se ouvissem a quilómetros de distância. Era da maneira que evitava aquela conversa.

"Então se não aconteceu nada, porque estás tão nervosa?" Sam não respondeu, permaneceu calada, com os braços cruzados sobre o peito e a olhar para Luke sem dizer uma única palavra. "Sammy, estás bem?!"

"Perdeste o direito de me chamar outra coisa para além de Samantha quando deixaste de ser meu amigo!" a rapariga empurrou o loiro, pois este pressionava-lhe os ombros. Não o estava a fazer com força, não a estava a magoar. O que lhe estava a doer era o seu toque ser tão amável e acolhedor e isso dava vontade à jovem de o abraçar. E dele só queria distância. " E tira-me essa cara de anjo, porque não o és!"

"Eu sei o que estás a tentar fazer, Sammy!" informou. "E acredita que eu sei que estás a fazer a coisa certa. Vê-se ao longe que o Calum ainda não te esqueceu e o namoro com a Mel foi um erro e agora não está a conseguir sair dele. Mas tu, ainda gostas dele?"

A rapariga abriu os olhos, pois não podia acreditar no que acabara de ouvir. Quem era aquele loiro de olhos azuis que em tempos foi tão amigo de Samantha como Thomas?

"Se eu ainda gosto dele?" a voz saiu-lhe como um grito e mais roca que nunca. "Porquê que me estás a fazer isto? Achas que se não gostasse do Calum estava aqui? Posso ter muitos defeitos mas não sou do tipo que tenta separar um casal porque é divertido!"

"Eu conheço-te, Sammy! Sei que eras incapaz de magoar alguém intencionalmente e se o estás a fazer é porque tal e qual como tu não és indiferente ao Calum ele ainda significa algo para ti." Samantha fez um grande esforço para não sorrir, pois o rapaz estava-lhe a ler os pensamentos. "Mas conheço o teu outro lado. Aquele que quer ganhar sempre e que leva tudo como um desafio e/ou um concurso e questiono-me se ainda o amas ou se só o queres ganhar."

"O quê?" a inteligência de Samantha evaporou-se. Aquelas afirmações estavam a deixa-la cada vez mais confusa e magoada.

"Ainda gostas dele ou é como se fosse mais uma taça para a tua vitrina?" ele olhou para ela como se estivesse a entrar dentro da sua mente a ler-lhe os pensamentos. Samantha sabia o que ele estava a fazer, estava a olhar para ela na tentativa de ela dizer toda a verdade, mas não havia verdade nenhuma sem ser o facto de ela ainda o amar. Sam não era capaz de dizer que o olhar gélido do rapaz era uma excelente ideia para ela se afastar de Calum, mas estava claro como a água que nada nem ninguém a ia travar.

Winter || Calum Hood (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora