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"Estás louca, rapariga?!" Thomas questionou depois de ouvir a história e o plano da sua melhor amiga. "O Calum merece desprezo, não a tua atenção. Já te esqueceste do que te fez?"

Sam sabia que o rapaz só queria ajudar, mas as suas palavras sinceras e duras magoavam-na cada vez mais.

Era verdade que Thomas era um amigo de longa data de Melissa, a namorada do Calum e provavelmente não a queria ver a sofrer. Mas isso deixava Samantha cada vez mais desmotivada.

"Não, não me esqueci do que ele me fez!" bebeu um golo do seu chocolate quente. "Mas preciso de tentar mais uma vez, magoada já eu estou."

Thomas revirou os olhos.

"Por amor de Deus,Sam!" Sam encolheu-se no seu lugar e rezou para as palavras do amigo não serem tão duras como ela imaginava que seriam. "Achas que por ele ter sido simpático contigo durante quinze minutos no meio da chuva e do frio que é sinal que gosta de ti?! Queres mesmo que a Mel sinta o que tu sentiste quando o Calum te deixou?"

A rapariga baixou o olhar e desejou nunca ter contado nada ao amigo, para ele não a julgar mais. Só queria que ele sorrisse, desse-lhe a mão e lhe desejasse sorte, para o seu objetivo.

Mas ela não podia negar que o ódio do amigo pelo ex-namorado já era antigo. E quando Sam e Calum se separaram, Thomas deu-lhe muito apoio mas deixou claro que já esperava aquele desfecho. Mas disse uma coisa a Sam que esta nunca mais se esqueceu:"Nenhum homem tem o direito de fazer uma mulher sofrer como o Calum te está a fazer!", naquele momento a morena esqueceu-se que ele, tal e qual como o ex-namorado era do sexo masculino.

E ao lembrar-se de tal frase soube que não queria que a namorada de Calum,(custava-lhe dizer isto), sofresse mas o que estava em jogo era a sua felicidade e a felicidade de uma estranha.

"Claro que já pensei na Melissa!" Sam respondeu alterada quando, finalmente, ganhou coragem. "Mas ninguém pensou em mim quando foi comigo. Porquê que tenho de pensar na felicidade dos outros quando ninguém quer saber da minha?" as lágrimas queimavam-lhe a cara. "E tu, Thomas podias ser um pouco mais prestável!".

Thomas arregalou os olhos e ficaram os dois em silêncio durante uns segundos.

A morena quando se apercebeu do silêncio e da situação frágil onde se encontrava, limpou as lágrimas que lhe corriam do rosto e obrigou-se a parar de soluçar. Ela era focada e objetiva e em menos de nada cumpriu o seu objetivo.

"Ouve, só não te quero ver a chorar como fizeste à seis meses atrás. Quero ver-te a sorrir, como fazes agora." ele admitiu o que a Samantha estava à espera que admitisse, mas não era por isso que doía menos. "O que quero dizer, é que ele não te merece! Mas és a minha melhor amiga e eu vou estar sempre ao teu lado, nunca te esqueças disso. Aconteça o que acontecer eu estou aqui e se correr mal sou o ombro onde vais chorar."

A rapariga fechou os olhos e levantou-se abraçando o amigo com força. Este colocou os braços em torno da morena, retribuindo o abraço.

Por mais envergonhada e confusa que se sentisse,Samantha sentia que tinha razão e a ideia de puder beijar Calum de novo preenchia-lhe a mente. Chamava-se esperança.

***

"Obrigada, Sasha!" Sam agradeceu à sua irmã, seca, e saiu do carro.

Desde cedo que as duas irmãs se tinham deixado de dar. Segundo Sasha a irmã era uma "cínica" e uma "invejosa", e que "queria ser melhor que a sua própria sombra.". Sam ignorava estes comentários e estes eram expulsos do seu corpo como gargalhadas, sem esforço nenhum. A mãe das jovens dizia que em tempo as duas tinham sido grandes amigas, mas parecia que tinha sido numa outra vida.

Winter || Calum Hood (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora