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A semana de Sam passou em vão. Sem ninguém para falar e sem nada para fazer a rapariga passou a semana em casa, sem fazer praticamente nada. Sam desejou não ter já os deveres de casa todos realizados, pois assim ocupava as tardes com alguma coisa, que não fosse ver televisão e passar o dia a olhar para o ecrã do computador.

Mas naquele dia era diferente.

Sam levantou-se cedo, o que lhe custou , pois já se estava a habituar ao facto de não ter horário. Abriu as cortinas do quarto e como já esperava chovia a potes. Separou uma roupa quente para vestir quando saísse do duche, nada de mais: calças de ganga, uma camisola de lã cinzenta  e as suas botas de pêlo da mesma cor.

Quando acabou de se arranjar desceu até à cozinha e esperou por Sasha, que como tinham combinado no dia anterior a ia levar ao aeroporto, para se despedir do melhor amigo.

O sorriso bonito de Sasha em quatro dias evaporou-se, o que não surpreendia a  irmã. Era o habitual, Sasha ria-se, mostrava a sua felicidade e de um dia para a noite voltava a ficar com a sua expressão carrancuda e mal-disposta. Daquela vez nem sequer tinha dado os bons dias à irmã mais nova.

Samantha era uma mulher de palavra. Antes de se chatear com Thomas tinha combinado com ele que se iria despedir dele ao aeroporto no dia da sua partida. E, como é óbvio, não era por se ter zangado com o jovem que ia falhar com a sua promessa. Independentemente de tudo eles eram melhores amigos e não era por ele ter falhado com Sam que ela ia ser igual.

As duas entraram no carro e em poucos minutos encontravam-se no aeroporto. Este como habitual encontrava-se apilhado de gente e como já previa a jovem não iria ser fácil reencontrar o amigo.

O seu coração estava a mil e sabia que a única maneira de o encontrar era telefonar-lhe. Ela só podia rezar para que ele atendesse.

"Thomas!" falou quando ouviu a voz do compincha no outro lado da linha.

"Sam!?" ele parecia surpreendido.

"Tom, estou no aeroporto para me despedir de ti!" ela disse e sentiu-o a sorrir do outro lado do telemóvel.

"Eu estou no check-in, mas onde estás?" Sam não se lembrava da hora que tinha combinado com o rapaz para se despedir dele, mas parecia ter chegado a tempo.

"Estou na entrada que dá para a rua!"

"Okay, estou a ir ter contigo!" a chamada terminou.

Samantha sorriu e ainda nervosa soube que ele estava a um passo de resolver as coisas com o Thomas. Também, esperava que ele se despachasse, pois a sua irmã já lhe tinha dito que não pretendia ficar à espera e ela sabia que era bem capaz de se ir embora sem ela.

"Samantha!" ela ouviu gritar e automaticamente percebeu que ele, como dissera, tinha ido ter com ela.

"Thomas!" Samantha sentia que estava a viver um filme, mas daqueles clichés, onde os amados se encontram no final do filme no aeroporto, quando um deles está pronto para partir para uma vida nova. Depois abraçam-se, beijam-se e voltam os dois para casa muito apaixonados.

Mais uma vez, ambos sabiam que aquilo era a vida real e não um filme lamechas.

"Desculpa, Tommy!" Sam lamentou quando quebrou o abraço com o melhor amigo.

Tom não respondeu, limitou-se a revirar-lhe os olhos e voltou a abraçá-la, como se não precisasse de ouvir da boca dela o pedido, pois sabia o que ela estava a sentir. Eram melhores amigos, raramente se chateavam e os dois eram orgulhos para pedirem perdão, mas a verdade 'que não precisavam do fazer para se desculparem.

Winter || Calum Hood (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora