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Todos sabemos que é impossível voltar com o tempo atrás. Por enquanto ainda não criaram uma máquina do tempo, mas acho que todos já pensamos na nossa vida se umas cenas fossem acrescentadas ou tiradas.

Se Sam tivesse de tirar um único momento desde o seu nascimento que ela pudesse apagar com certeza que apagaria todos os momentos em que viu Calum com Melissa. E se tivesse de acrescentar um momento ela provavelmente tinha começado a lutar pelo ex-namorado à mais tempo.

Agora ela não conseguia esconder o que sentia. Queria gritar, ligar para Melissa e dizer-lhe o quão ela a irritava e abraçar Thomas, pois sabia que ele a apoiaria sempre.

Não que Samantha estivesse com o orgulho ferido e também não pretendia mostrar ao melhor amigo que não precisava dele para nada, mas não tinha coragem para lhe ligar.

Não devia ter medo de opiniões negativas, mesmo que estas viessem da parte de um grande amigo, mas a verdade é que tinha e naquele momento ela queria ser ajudada e não julgada. E por mais incrível que pareça ela não sabia qual seria a reação de Thomas.

Na mente da jovem passavam em roda-pé imagens dos melhores momentos que passou com Calum.

A cena começava com uma bonita imagem da praia. Estava frio e dava para perceber que tinha chovido recentemente , pois a areia estava molhada. Mas era normal, pois estavam em pleno Inverno.

Sam sempre adorou praia, principalmente durante o Inverno e estar num dos sítios preferidos com o rapaz que começava a fazer o seu peito sentir borboletas, era como um sonho, de onde não se quer acordar.

Ao longe viu-se abraçada ao rapaz da sua vida, mas estavam os dois muito mais novos - pouco mais de ano de diferença. Sam ainda usava duas tranças de casa lado do pescoço, que lhe davam um aspeto mais infantil.

Sam sabia que tinha dito ao rapaz que adorava o mar no Inverno e era por essa razão que ali estavam, mas daquela vez Samantha não conseguiu desfrutar do mar. Sentia as típicas borboletas do peito e o simples toque do Calum deixava-a arrepiada.

"Estás a gostar da tarde?" ela estava a adorar, não por estar na praia mas sim por estarem os dois um com o outro.

"Estou a adorar!" encostou-se mais ao peito do rapaz. Ele não conseguia ver a sua expressão facial, por isso aproveitou para deitar cá para fora o sorriso que à tanto lhe estava preso nos lábios. E Samantha não precisava de vê-lo para saber que ele também sorria.

"És bom no que toca a encontros!" ele gargalhou e abraçou-a com mais força, fazendo os pêlos do seu braço ficarem em pé.

"Tu é que me disseste que adoravas a praia no Inverno. Se sou assim tão bom a organizar encontros tenho de te agradecer a ajuda!" risinhos e pensamentos românticos foram arrancados de dentro de Sam com tanta simplicidade que esta se questionava quantas vezes ele já tinha feito aquilo.

Com ele parecia tudo tão simples.Sam até se sentia mais leve. Era como se não precisasse de o agradar, pois ele já estava completamente rendido aos seus encantos. E não era só isso, ele conseguia vê-la melhor pessoa do que ela mesma se considerava. Como se ele não esperasse nada dela, pois tinha a certeza que ela era perfeita do jeito que era.

"Mas estás de parabéns por te lembrares daquilo que eu digo!" ela desencostou-se dele e encarou os seus olhos castanhos. Sam desejou ter olhos bonitos. Azuis, por exemplo.

"Achas que seria capaz de me esquecer de alguma coisa que me disseste?" ela escondeu a cabeça no seu peito e sentiu as suas bochechas a arderem. Não era de ficar corada, pois a sua pele morena não lho permita, mas era transparente como a água e era impossível não perceber quando estava nervosa, zangada ou feliz.

"Hey, não tens de ter vergonha, Sammy!" ela voltou a encara-lo.

Olhou para os seus lábios carnudos e vários pensamentos pervertidos passaram pela sua cabeça, começando com uma grande desejo de os beijar. Calum retribuía-lhe o mesmo olhar , mas não estava a deixar minimamente nervosa. Ela sabia que mais tarde ou mais cedo eles iriam acabar por se beijar e talvez o momento estivesse a chegar.

Durante os segundos que permaneceram em silêncio e sem se mexerem, onde estiveram simplesmente a admirar a beleza de cada um, Sam sentiu que o mundo tinha parado de rodar; que o mar tinha deixado de estar agitado e que o sol não iria descer no mar e eles teriam todo o tempo do mundo para ficarem assim um com o outro.

Sem pensar em mais nada a morena aproximou-se de Calum e quando se apercebeu já tinham os lábios colados, num beijo apaixonado. O fogo de artificio que já habitava dentro da jovem à semanas finalmente explodiu e mesmo não sendo o seu primeiro beijo sentiu a mesma felicidade do primeiro. Mais ainda mais, pois daquela vez ela gostava dele.

É verdade, ainda não o amava mas estaria a mentir se dissesse que não sentia nada pelo Calum quando estavam juntos. Na verdade ela pensava nele o dia todo, desde que saía da cama até voltar a deitar-se nela.

"Isto não está certo!" foi a primeira coisa que Calum disse quando ficaram os dois sem ar. Sam ficou assustada, pensou que ele não a queria como ela o desejava, mas ele apresentava um sorriso tão genuíno que a deixou confusa. "Achas bem ser a rapariga a dar o primeiro passo?" ele gargalhou e ela sorriu, aliviada.

"Não achas isso um bocado machista?" gozou.

"Estás a chamar-me machista!" ela assentiu. "Será que ouvi bem? Chamaste-me machista?" ela voltou a dizer que sim. "Já vais ver!"

Quando a rapariga deu por si encontrava-se ao colo do moreno.

Ela não tinha medo de cair, sabia que ele tinha força suficiente para três Samantha's mas mesmo assim implorou para ele a voltar a pôr no chão. Mas não se conseguiu manter séria e explodiu em gargalhadas.

Calum dirigia-se lentamente para dentro de água, como se não ouvisse os pedidos de Sam para não a molhar. Mas ela sabia que ele a ouvia, porque não parava de se rir.

Quando finalmente conseguiu que Calum a largasse correu para longe dele, perdida de riso.

Era assim que ela imaginava o seu futuro com ele: alegre e sem problemas...

Os olhos de Sam voltaram a abrir-se e percebeu que nunca tinha saído do seu quarto e que se encontrava a olhar para a parede branca do mesmo.

Queria chorar e desaparecer do mapa ou se isso não fosse possível desejava que aqueles sonhos perfeitos deixassem de ocupar as suas noites.

Levantou-se da cama e dirigiu-se à casa-de-banho. Encarou o espelho.

Era alta, magra, morena e tinha uns bonitos cabelos compridos e da cor de chocolate e sabia que era bonita. Se tivesse nascido num outro lugar, por exemplo na terra das princesas, das rainhas malvadas e dos dragões que cospem fogo do nariz, ela seria com certeza a princesa.

Mas parecia que não lhe estava destinado um final feliz...

***NotaDeAutora***
Oioi!! Como estão? Espero que tenham gostado do capítulo,achei importante mostrar-vos como era relação da Sam e do Cal antes da Mel aparecer...
Entretanto, eu e o uma amiga estamos a pensar em escrever uma fanfictio não Luke. Para tal criamos um novo perfil chamado "CookieERoxy".
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Winter || Calum Hood (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora