Capítulo 2

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Clarke

Meu pai estava super ocupado, assim como toda a tribulação, preparando as coisas para a viagem. Comida, água, remédios, velas, lampiões, cobertores, o que era muito útil pois em alto mar a temperatura caía muito, e vários outros itens necessários, tudo fornecido pelo rei. A última surpresa que nos enviaram foram caixotes e mais caixotes de armas, munições e facões. Diziam que eram para o caso de os selvagens resolverem aparecer. Algo que não me agradava muito. Não os selvagens, porque seria fascinante conhecer diferentes culturas e pessoas, mas sim as armas.

Assim como meu pai e o resto dos marinheiros, eu estava fazendo minhas malas. Apesar de morar no Pólis, fui designada a um quarto só meu ao invés de continuar dormindo entre os outros. Eu já tinha 20 anos agora e meu pai não me queria mais no meio deles, embora todos me tratavam com respeito e como a irmã caçula. Meu pai era o Capitão Jaha. Meus irmãos de criação Finn e Bellamy se juntaram a nós quando eram adolescentes e sem ter onde morar, trocaram o trabalho no navio por uma moradia. E foram ficando até se tornarem o mais próximo que meu pai e eu tínhamos de uma família.

Era véspera do grande dia. Já com tudo preparado, toda a tripulação resolveu jantar junto. Era como um ritual de sorte ou despedida. A vida no mar era muito imprevisível e incerta. Uma hora podia estar tudo sobre controle e na outra uma tempestade poderia chegar e acabar com tudo em poucos minutos. Então essas reuniões antes de cada viagem eram uma forma de aproveitar a vida e a companhia de cada um caso alguma tragédia acontecesse. Estávamos em uma grande mesa no restaurante chamado Convés, era de um velho amigo. Como de costume tinham rodadas de cerveja, de petiscos e músicas. Todos na mesa riam e conversavam quando surgiu o assunto de que a última tripulação que foi para o continente desconhecido, já estava com a exploração bastante adiantada. Já haviam construído um acampamento cercado por grandes muros de madeira, pequenas plantações, criações de animais, constantemente exploravam as matas e uma grande parte do território nas redondezas já estava mapeado. Nossa missão era ir ao lado oposto e fazer o mesmo.
Caius era um dos que iriam conosco e que a alguns meses haviam se juntado a nossos homens a pedido da Coroa. Cada um tinha uma função, uns eram engenheiros e iriam ficar por conta de planejar o acampamento, outros eram especialistas em plantações afim de melhorarem as chances de cultivo dos alimentos e outros cuidariam da proteção. Eles não me agradavam pois queriam guerra com os que viviam lá e porque constantemente falavam de como queriam se impôr e dominar as terras.
Foi quando Parker, um dos mais fortes e brutos, disparou a dizer:

Escutei que tinham alguns selvagens bisbilhotando perto da colônia 1, e que alguns homens sumiram quando faziam patrulha de rotina.

Todos se calaram e prestaram atenção nas palavras do homem. Um outro continuou o assunto:

Recebemos ordem para caçar e eliminar esses selvagens, e eu mal posso esperar para capturar alguns.

Finalizou sua fala com uma risada macabra e foi seguido pelo grunido de alguns outros em apoio a ele.
Não me agradava nem um pouco tê-los conosco e parecia que meus "irmãos" também não concordavam com isso. Infelizmente eles eram maioria dentre os que viajariam amanhã.

Continuem a ler, prometo que a história vale a pena e fica cada vez mais intrigante, não me abandonem Kkkkk Esses primeiros capítulos são menores, mas conforme as ideias vão surgindo eles ficam maiores.

Obrigado por tudo ^^

Clexa Em Um Novo MundoOnde histórias criam vida. Descubra agora