Capítulo 7

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Lexa

Voltei para minha tribo totalmente distraída. Clarke claramente me tirou dos eixos, eu já suspeitava disso desde a hora que a vi pela primeira vez na floresta, mas agora tinha certeza. Eu nunca estive aberta aos meus sentimentos, não por opção mas por nunca ter me interessado ou passado pela minha cabeça a ideia de estar com alguém. Desde que me tornei comandante eu vivi pelo povo, estive 100% do tempo disposta e comprometida com ele. Mas agora Clarke parecia estar mudando isso, pois eu pensava muito nela.

Nossa aldeia era bem no meio da floresta e não era nada fácil de se achar. Uma planta trepadeira resistente e nativa que tínhamos, fora plantada pelos nossos ancestrais em volta do nosso território estrategicamente, que dificultava a entrada em nossa aldeia ou de se chegar perto dela. Essa entrada era vigiada por guerreiros. Ou seja estávamos protegidos.

Após essa entrada o que se via era um povo vivendo normalmente. Tínhamos plantações de milho, feijão, arroz...e pessoas trabalhando nelas. Espalhadas por todos os lados existiam tendas onde as famílias moravam e outras onde eram guardados os alimentos das colheitas e as carnes obtidas da caça e da pesca. Um grande espaço aberto bem no centro era onde o povo se reunia em festas e onde eu fazia os anúncios, mas que agora estava repleto de crianças correndo. Os anciões ensinavam a eles sobre as crenças e sobre o povo todos os dias na mesma hora e como estavam brincando, presumi que já haviam sido dispensadas. Ao fundo passava um rio dando uma vista mais bonita ainda a nossa aldeia.

Assim que cheguei fui recebida por Titus. Ele era meu conselheiro, um homem alto de corpo robusto, careca e de tatuagens no alto da cabeça. Usava grandes mantos que cobriam todo o corpo. Sempre esteve comigo, desde o início do meu treinamento para me tornar comandante quando eu tinha 18 anos. Ele parecia ansioso e com uma expressão preocupada. Me guiou até minha tenda onde discutíamos os assuntos da tribo e de guerra. Lá dentro estava Indra. Ela era membro da minha guarda pessoal, a melhor guerreira da aldeia depois de mim. Seu corpo era musculoso e sua pele morena cheia de cicatrizes de batalha e caçadas. Sua vestimenta era uma calça e uma camiseta cavada de pele de lobo, um tecido que só os guerreiros usavam. Também carregava uma lança de madeira e um arco e flechas amarrado nas costas. Ela tinha a mesma feição de Titus. Tratei logo de perguntar o que estava acontecendo. Indra respondeu.

Atacaram outra aldeia Heda.

Era assim que meu povo me chamava. Em nossa língua significava comandante. Indra continuou.

O seu plano de conhecer o inimigo antes de atacar não está funcionando. Estamos perdendo gente. Devíamos ter revidado assim que nos atacaram da primeira vez.

Eu não estava espantada com a notícia pois sabia que eles queriam guerra e matar os nossos para conseguir novas terras. Mas estava triste, afinal meu povo estava morrendo.

Não podíamos atacar logo de cara Indra, eles tem armas que disparam fogo e provocam barulhos tão altos quanto trovões, nossas lanças e arcos e flexa não seriam suficiente, assim como nosso número de guerreiros também não seria. Mas não posso mais continuar quieta enquanto perco meu povo.

Pausei minha fala um pouco enquanto andava de um lado para o outro com os braços nas costas afim de reorganizar meus pensamentos.

Mande mensageiros até as outras tribos pedindo que liderem seus guerreiros até um ponto de encontro perto da aldeia dos invasores. Atacaremos ao amanhecer e quero os exércitos das 12 tribos reunidos lá. Seguiremos nosso plano padrão de ataque. Uniremos nossos guerreiros a 10 quilômetros de onde eles estão e então marchamos para a guerra.

Assim que acabei meu raciocínio Titus perguntou.

Atacaremos as duas aldeias deles Heda?

Não. Apenas a primeira. A segunda ainda está se estabelecendo e não apresentam ameaça, mas quero que nossos guerreiros continuem a observá-los.

Em parte o que eu acabara de dizer era verdade mas qualquer comandante mandaria atacá-los antes mesmo de se tornarem uma ameaça, principalmente depois de dois ataques. Porém eu não podia. Tinha alguém lá que eu não queria colocar em risco, a única deles com quem eu me importava.

Assim que acabei de falar, Indra correu para mandar mensageiros à outras tribos e avisar do plano, mas antes disse.

Jus drein jus daun.

"Sangue se paga com sangue"

Esse era nosso maior legado, portanto sem pestanejar respondi.

Jus drein jus daun.

Deixem comentários pra eu saber o que estão achando. Me desculpem os erros de português kkkkk
Valeu ;P

Clexa Em Um Novo MundoOnde histórias criam vida. Descubra agora