Capítulo 3

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Clarke

Finalmente o grande dia chegou. Eu estava ansiosa como nunca estivera antes. Já havia feito isso milhares de vezes, mas agora era diferente, não porque era um grande passo para nossa nação, e que eu, meu pai e todas aquelas pessoas seríamos parte de uma importante conquista para o país, mas porque parecia que toda a minha vida estava direcionada a essa viagem, era como se tudo o que aconteceu era para me trazer a esse dia. Nunca tive um propósito em minha vida, vivi cada momento sem programar e ansiar por um futuro. Não era como as outras moças que planejavam encontrar um amor, se casar e formar uma família. Nessa época era esse o papel da mulher na sociedade. Mas claramente isso não se aplicava a mim, que vivia em um navio, com apenas homens e exercia o mesmo trabalho pesado que eles. Eu não entendia o que se passava em meu coração e em minha mente, o que era ou o porque daquela sensação de alegria que parecia que faria meu peito explodir, eu só sabia que estava destinada a fazer essa viagem e ir para esse lugar desconhecido desde que nasci, e que uma força me atraía pra lá. Foram 2 meses de viagem. 2 incansáveis e sofridos meses. Tempestades fortíssimas, um sol escaldante e muitas dificuldades. Mas também tínhamos a maior recompensa que era acordar com aquele azul intenso do oceano e a luz do sol que refletia em suas águas e tornava tudo mais magnífico.

Finalmente alguém gritou o que todos esperavam ouvir a dias:

Vejo gaivotas!!!!

Elas eram sinais de que tinha terra firme por perto por serem aves do litoral. Em questão de meia hora avistamos nosso destino final. O estrondo do Pólis se atracando no solo foi um alívio. Todos desceram e ao pisarem na areia branca e fina, comemoraram como nunca antes.
A vista diante de meus olhos era diferente de tudo que havia presenciado antes, e com meu histórico de viagens, isso era uma novidade. A cristalina e azul água do mar fazia com que os olhos viciacem em sua imensidão. O contraste da areia branca e fina, completava a leveza do lugar e as matas de um verde intenso ao fundo desenhavam o que parecia ser o paraíso. Conseguia ver em todos, o mesmo olhar de admiração.

Mas isso não durou muito. Logo após uma refeição, assim como foram designados a fazer quando chegassem, todos deviam estabelecer um alojamento temporário na praia enquanto os planos e próximos passos do que fazer seriam decididos. Isso era tarefa do meu pai e do general Pike. Ele liderava os soldados e só aparecera no dia do embarque. Deviam dividir grupos que buscariam água, comida e um lugar para construir o acampamento definitivo. E assim foi durante as primeiras semanas. Eu adorava adentrar a mata e explorar os lugares, sempre sozinha. Desde a morte de minha mãe não tive muita proximidade com meu pai, não frequentei escola pois ele me ensinava por conta própria, consequentemente nao tinha amigos, também pelo fato de viajar quase o tempo todo. Mesmo que Bellamy e Finn fossem meus amigos eu ainda preferia ficar sozinha.

Todas as manhãs eu saia para andar na mata. Podia fazer isso o dia todo e só voltar ao acampamento para comer e dormir, era incrível como a natureza era perfeita, e oferecia belos cenários para as minhas pinturas. Desenhar era a minha paixão e o lápis era a extensão do que os meus olhos viam e o que minha mente queria expressar.

Mas meu pai não me permitia sair o dia todo, dizia que eu não sabia os perigos que existiam nesse lugar. Mas quem disse que eu ligava, nunca tinha me sentido tão livre e a última coisa que iria fazer era me privar das aventuras por medo.

Clexa Em Um Novo MundoOnde histórias criam vida. Descubra agora