Capítulo 12

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Clarke

Tédio. Era no que se resumia minha vida desde que Lexa se foi, já que eu não podia mais vê-la e nem se quer sair da colônia sem ter alguém junto. Com todo aquele discurso ensaiado Pike ordenou que quem saísse deveria ser em grupo, notificar os guardas e ser escoltado por um deles, "para segurança de cada um dos nossos". Todos acreditavam nisso menos eu. Ele estava desconfiado de que alguém havia ajudado Lexa a fugir e havia dito isso antes de adotar essa desculpa barata de segurança. Não tinham provas de que houve uma conspiração com a selvagem mas de que outra forma ela conseguira fugir sem ajuda, sendo que estava amarrada?! Bom, eu era a pessoa que fizera isso e não me arrependia nem um pouco afinal ver ela livre depois de tanta dor me deixara feliz, apesar de ter nos levado a nos afastar.

Ela fazia uma falta imensa. Aquele beijo...

Nos beijamos na última vez em que nos vimos e foi incrível, porém fez a saudade ser ainda maior e torturante. Outro dia cheguei até a escutar o canto do pássaro que ela uma vez imitara para chamar minha atenção pois sabia que eu gostava, mas era apenas o animal. Seu canto perdera a graça pra mim já que não significava mais a presença dela pedindo pela minha.

Eu precisava me distrair ou iria enlouquecer. Me levantei da mesa onde estava comendo e sai do galpão de madeira que tinham construído para servir de refeitório. Era surpreendente como haviam elaborado o acampamento tão rápido e tão bem estruturado. Assim como o refeitório, tudo era feito de madeira com exceção das tendas em que dormíamos. Fizeram pequenos cômodos para armazenar as coisas, andaimes perto do muro para os guardas vigiarem o exterior, cercados para os animais e plantações, uma espécie de cadeia e um palco para Pike fazer seus anúncios. Tudo estava muito bem organizado.

Do lado de fora encontrei Finn e Bellamy sentados no chão. Eu os olhei por um minuto ali juntos sorrindo e relembrei os velhos tempos em que éramos próximos, porque desde que chegamos aqui parecíamos simplesmente conhecidos. Senti uma pontada em meu peito. Eles me faziam falta mesmo que eu estivesse desapontada. Continuei andando e passei por eles sem dar importância.

Clarke, sente-se com a gente.

Bellamy disse inocentemente.

Eu...eu preciso...tenho que ir...Quer dizer...

Pensei melhor e deixei o orgulho de lado.

Eu adoraria.

Nenhuma desculpa surgiu em minha cabeça então apenas aceitei o convite, no fundo eu queria isso, e depois de tudo eu não tinha mais ninguém. Meu pai mal me olhava, tudo o que importava para ele agora era a colônia. Então por algumas horas fomos só nós três ali, três jovens amigos se divertindo. Até que Pike resolveu aparecer e como de costume com meu pai a seu lado. Eu não sei como isso aconteceu, como foi que meu pai se tornou o cachorrinho de guarda dele. Pike subiu no palco, começou a falar e pelo semblante do meu pai não parecia ser algo bom.

Bom dia meus irmãos, hoje tenho duas notícias para vocês. Primeiro queria informar-lhes que mais um passo foi dado para garantir nossa segurança e uma aliança com a colônia 1 foi concretizada depois de duas semanas de reuniões. Hoje ao anoitecer eles virão aqui para formalizar essa conquista onde nossos exércitos se unirão em um . Eles nos fornecerão alguns cavalos para que possamos ficar mais ofensivos, e em troca vamos dar-lhes pólvora já que eles não tem grande quantidade após tantos meses aqui. Isso é só o início do que temos planejado para o fortalecimento de nosso povo tanto aqui como lá, possibilitando derrotar os selvagens.

Ele pronunciou essas últimas palavras gritando e com a mão pra cima, atiçando as pessoas que agora rugiam em resposta a ele. Fiquei imóvel e assustada, o povo de Lexa ficaria mais ameaçado após isso. Como se não tivesse ficado preocupada o suficiente, ainda tinha outra bomba por vir. Pike continuou assim que o silêncio tomou conta do lugar.

Clexa Em Um Novo MundoOnde histórias criam vida. Descubra agora