Capítulo 37

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Clarke

Eu não podia estar mais feliz, afinal eu tinha uma namorada incrível, um lugar de honra em seu exército, estava prestes a ir em uma missão e um cavalo só meu. Não um qualquer mas sim o mais bonito que eu já vi em toda minha vida e isso significa muito já que em minha cidade natal, apenas os homens importantes tinham muitos deles e carroças guiadas pelas melhores raças. Mas nenhum chegava perto daquele a minha frente. A crina estava devidamente penteada e pendia toda para o mesmo lado com uma pena pendurada. O pêlo era impecavelmente bem cuidado e branco como as nuvens.

Que bom que gostou amor - Lexa parou atrás de mim que não conseguira tirar o olho do animal por um segundo sequer.

Estou apaixonada - virei me para ela.

Está esperando o que para experimentar?

Abri um sorriso maior ainda, o que achei ser impossível, eu parecia uma criança. Montei e me ajeitei na sela, para logo debruçar sobre o animal e acariciar sua face. Lexa sorriu por causa do meu jeito e também fez carinho nele.

Vou falar com Indra e Titus e já te encontro no pátio com o resto do exército. Partiremos assim que possível - nessa última parte ela abaixou o olhar e respirou fundo. Estranhei sua atitude mas não tive tempo de perguntar pois Lexa já havia saído.

Voltei minha atenção para meu cavalo e sorri em empolgação. Aproveitei alguns minutos para dar uma volta pela aldeia antes que precisasse ir ao local que Lexa havia falado. Todos me olhavam e admiravam o animal, fazendo elogios a sua beleza vez ou outra. Eu não via a hora de sentir o vento em meu rosto quando ele cavalgasse. Fui para o pátio, onde Lexa, Indra e Titus já estavam a organizar nossa partida. Ela veio em minha direção com um sorriso discreto.

Clarke, você vai me acompanhar na viagem, nossos cavalos lado a lado - confirmei com um sorriso que logo se desfez quando vi Titus nos observar de longe. Lexa acompanhou meu olhar mas nada comentou. Ela puxou meu cavalo até onde estava o seu, montou e logo se posicionou diante de seu exército, que hoje era menor que o normal.

Guerreiros, hoje não partimos para uma guerra mas sim para ajudar nossos irmãos. A aldeia do povo da colina, foi destruída por uma tempestade violenta e como todos sabemos, a maioria são idosos, crianças e mulheres, portanto precisam de muita ajuda. Ao chegarmos, de acordo com a situação vamos auxiliar no que precisarem - o grupo diante dela concordou com acenos de cabeça e gestos de apoio.

Lexa guiou seu cavalo para a saída da aldeia e eu fiz o mesmo assim como Indra e os outros cavaleiros, seguidos logo atrás pelos guerreiros a pé. Titus já esperava para falar com a comandante e receber suas ordens.

Titus, você fica responsável pela tribo. Não devo demorar muito, provavelmente volto amanhã ou no máximo em dois dias.

Sim Heda, boa viagem.

Que nos encontremos de novo - Lexa se despediu e começou a marchar com seu cavalo.

Caminhamos em silêncio por um bom tempo. Guerreiros faziam a guarda do grupo por todos os lados, caso fossemos surpreendidos por outros, afinal a comandante de todas as tribos estava ali. Alguns arqueiros estavam camuflados na floresta, outros lutadores andavam a frente, aos lados e atrás do bando, atentos a qualquer movimentação estranha. Porém nada aconteceu e chegamos seguros ao povoado. Pude avistar poucas pessoas trabalhando ao longe já que quase não restavam muros. Lexa puxou as rédeas de seu cavalo, obrigando todos a pararem também. Seu olhar era dolorido e fixo na tribo, cabisbaixa ela suspirou fundo. Indra apareceu ao lado e sussurrou baixo apenas para Lexa.

Clexa Em Um Novo MundoOnde histórias criam vida. Descubra agora