Lá estávamos nós, ainda a falar animadamente na cozinha quando reparamos nas horas.
Elizabeth- Meu deus do céu!(reparando nas horas)
Kaio- O que foi Lisa?(preocupado)
Elizabeth- Já são 11 horas e o ainda nem começamos a fazer o almoço.
Íris- Somos quantos á mesa hoje? (já pegando num avental velho)
Connor- Não te vais esquivar do trabalho?
Íris- Como se eu tivesse alguma coisa melhor para fazer.
Connor- Bem visto.
Sima- A cavaldade não se olha ao dente Connor.
Connor- Acho que o provérbio não é bem assim.
Elionor- Não vamos começar a discutir a língua e os provérbios rapazes.
Íris- Exato! E caso de já se tenham esquecido, eu gostava de saber ao certo a quantidade de gente que vai comer o que quer que vamos cozinhar.
Elionor- Bem... Ao todo somos 12, mas sem o senhor Luís que está fora hoje.
Íris- E sem a Claire.
Sima- Onde é que ela foi? (pegando numa panela)
Íris- Mandei-a numa caça aos gambozinos. Não vai aparecer para o almoço.
Elionor- Então somos 10.
Íris- Ótimo. Em que posso ajudar?
...
Ninguém reclamou da minha ajuda mas percebi o quanto se sentiram estranhos durante o almoço, quando nos sentamos todos (eu, os guarda costas, o Michael e aqueles 5) na mesma mesa a comer a mesma comida sem qualquer distinção de classes.
Depois do almoço dirigi-me a um dos guarda costas que me seguia.
Íris- Ei, tu! (virando-me para ele)
Guarda- Eu senhora?
Íris- Sim tu, vem cá!
Guarda- Sim senhora.
Íris- Posso te pedir um favor...
Guarda- Claro senhora.
Íris- Muito bem... Antes de tudo, se não entendes-te, eu queria saber se me podias dizer o teu nome?
Guarda- Claro senhora. José Rui ao seu dispor.
Íris- O teu nome é José Rui?
Guarda- Sim senhora.
Íris- Posso chamar-te de Zé?
Guarda- Como desejar senhora.
Íris- Muito bem Zé... Eu queria pedir-te que por favor me avises quando a Claire chegar.
Guarda- Claro Senhora, irei avisa-la assim que ela chegar.
Íris- Não! Quando ela chegar não quero que saibam que eu a esperava. Para eu já saber que ela chegou, basta gritares " Íris, rápido" assim eu sei que ela chegou. Combinado?
Guarda- Sim senhora.
...
Eu a falar animadamente com o Connor e o Sima na cozinha enquanto ajudava a arrumar as coisas que usámos para o lanche da tarde.
Guarda- Íris! Rápido! (avisa a partir da porta daquele espaço)
Íris- Já vou Zé! Agora tenho de ir, obrigada pela companhia. (saindo apressada em direção as escadas)
...
Claire- Íris!Eu...consegui (ofegante).
Íris- Conseguiste aquele que eu te pedi?
Claire- Ham... Não. Mas trouxe outro igualmente bom.
Íris- É do mesmo ton?
Claire- Bem... Eu acho que sim.
Íris- Hum... Vamos ao meu quarto e mostras-me. Assim posso compara-lo com o que já tenho.
Claire- Não estás chateada?
Íris- Na verdade, adoraria que tivesses conseguido aquele específico que te pedi, mas sei o quão difícil é encontra-lo em tão pouco tempo.
Claire- Desculpa mais uma vez.
Íris- Não te preocupes. Vamos ver esse.
Claire- Sim, vamos.
Chegando ao meu quarto, depois de trancar a porta com cuidado e de fazer sinal á Claire para que nos afastasse-mos da porta.
Íris- Conseguiste mesmo entregar-lhe a carta? (sussurrou)
Claire- Sim. Tudo correu como planeado.
Íris- Ótimo!
Claire- Já agora onde é que aprendes-te a representar tão bem? (sussurrou)
Íris- Isso pergunto eu. Foi incrível.
Claire- Obrigada, mas achas que ele não vai perguntar?
Íris- Claro que vai! Mas não poderá culpar ninguém se eu tiver um álibi perfeito para a nossa história que claramente foi ouvida pelo Zé.
Claire- Quem é o Zé?
Íris- Um dos guarda-costas que o Luís pôs atrás de mim 24 horas por dia.
Claire- Confias nele?
Íris- Não. Apenas lhe pedi que me avisasse quando tu chegasses.
Claire- Porquê?
Íris- Porque se a fase 1 está concluída, passamos para a fase 2 e mais um aliado pode-nos ser bem útil. (sussurra)
Claire- Espera ai! Ainda á mais?
Íris- Sim. Se fosse assim tão simples não seria perigoso.
Claire- Está bem. Fase dois! Consiste em quê exatamente?
Íris- Libertar os dragões.
Claire- Como é que vais fazer isso?
Íris- Terei de pensar nisso.
Claire- E agora?
Íris- Agora... vou preparar-me psicologicamente para o regresso do Luís.
Claire- Ele disse que queria falar contigo?
Íris- Ele só disse, " Vemo-nos á noite ". Quanto a ti não sei, mas vindo dele, essas palavras assustam-me.
Claire- Imagino... É melhor eu ir.
Íris- Sim, está a escurecer e ele não tardará a chegar.
Abro a porta com cuidado e ela sai descontraidamente.
Fecho a porta e dirijo-me para a cama.
Íris- Vou precisar de uma sesta, sem dúvida.
Deito-me e adormeço em poucos minutos.
...2 horas depois...
O som de batidas incessantes na porta, de novo...
Luís- Boa noite! (entrando no quarto sem que lhe dessem autorização para isso)
Íris- Agora é hábito acordarem-me assim? (ainda distante de quem tinha entrado)
Luís- Bem... Já são 9 horas, tu estás aqui a dormir e por mais que eu adorasse ficar a apreciar a tua beleza tu tens de comer.
Íris- Tu és sem duvida nenhuma o ser mais arrepiante e perverso que eu conheço. Sabes disso, não sabes? (levantando-se calmamente enquanto o encarava)
Luís- Não digas isso. Olha (aproxima-se) eu sei que fiz muitas coisas... Erradas. Mas eu posso mudar.
Íris- Tu não mudas Felipe. Não vais mudar nunca e não podes mudar o mundo á tua volta.
Luís- Quem disse que eu quero mudar o mundo?
Íris- Então para quê as atrocidades que fazes todos os dias com pessoas inocentes.
Luís- Nada é inocente.
Íris- Não queiras brincar comigo Luís. Eu, melhor do que ninguém sei exatamente que tipo de pessoa é que tu és. Mas sabes o que é mais triste nesta história toda? Eu ainda tenho uma restima de esperança. Esperança de que um dia farás as escolhas certas e deixarás para trás todo esse ódio e recentimento que só te destroem assim como te fazem destruir tudo e todos á tua volta.
Ele fica atônito por alguns segundos.
Luís- Estás certa.
Íris- Eu sei que sim. Talvez um dia...
Luís- Esse dia pode estar mais próximo do que pensas.
Íris- Ai é?
Luís- Sim. Aliás! Vamos marcar uma data. Que tal amanhã?
Íris- Tu tens a certeza de que a partir de amanhã consegues começar a tua jornada para que te tornes finalmente alguém de que te possas orgulhar?
Luís- Farei o que for necessário.
Íris- Luís...
Luís- É verdade! Eu consigo, se te tiver ti para me guiar eu prometo que consigo.
Íris- Ai é que está! Eu posso passar o resto da vida a dizer-te o que é certo e o que é errado, mas a tua jornada só ficaria... Incompleta. Eu quero que tu SAIBAS o que é certo e errado.
Luís- Então ensina-me... Por favor, dá me mais uma chance!
Íris- Luís...
Luís- Só, mais uma. (interrompendo-a)
Íris- Só mais uma.
Luís- Só mais uma, eu prometo.
Íris- Muito bem. Mas...
Luís- Eu não vou ser um idiota desta vez, juro.
Íris- Eu ia dizer que agora deveríamos ir comer, mas é bom saber que não queres voltar a ser um idiota.
Rimos...
Luís- Vamos descer.
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O Diário De Uma Aelka
FantasíaAqui estou eu 2 anos mais tarde, de volta para que me possam acompanhar depois de tudo o puderam ler em Agalesia. Ass: Íris