Capítulo 6

12 6 0
                                    

- Acho que podemos chegar a um consenso, afinal. - A rainha diz com um tipo de sentimento desconhecido no rosto.

-Eu faço o que for preciso. - Digo mais para mim mesma.

- Bem, eu preciso de algo que me foi roubado. Algo muito valioso para mim. E quero que você o traga para mim. - Diz com os olhos brilhando.

- O quê é? - Pergunto um pouco surpresa, pois ela deve ter muitos soldados preparados para tal coisa, e porque tinha que ser eu a recuperar o objeto?

- Uma pedra. É de valor sentimental, mas está em posse do ignorante Rei do Leste. - Diz com repugnância.

- Rainha... Eu não quero lhe questionar, mas... A senhora tem muito soldados. - Digo calmente - E porque não manda um deles fazer isso?

- Porque - Diz um pouco irritada. - Eu não quero mandar nenhum soldado para a morte.

O que significava que ela estava me enviando para morte.

- Mas como eu poderei pegar essa tal pedra? - Pergunto, tentando não pensar no que ela acabou de dizer.

- Será fácil. Aquele piralho Rei do Leste, que mal acabou de sair das fraldas, não sabe manter seu reino em segurança.

- Mas eu nem sei onde é a fronteira com o reino do leste. - Digo.

A rainha se mostra ainda mais irritada.

- Eu tenho meios de levá-la até lá. E ai é só você entrar no castelo, pegar a pedra e trazê- la para mim.

- Eu não sei se posso fazer isso. Parece muito arriscado. - Digo insegura.

- Bem, se você o fizer e me entregar a minha pedra, então eu solto o seu namorado e deixo vocês viverem suas vidas miseráveis para sempre.

Será mesmo? A rainha não era uma mulher que se demonstrava benevolente. Ela poderia nos matar mesmo se eu voltasse com a tal pedra. Mas era a única change de Cam não se tornar seu escravo e eu tinha que me agarrar a esse fio de esperança.

- Eu aceito. Eu vou buscar a sua pedra. - Digo, tentando ser corajosa.

- Ótimo. - Diz e expressa um sorriso muito branco.

Nesse exato momento um enorme muro branco surge no canto do cômodo. No seu centro há o que parece ser chamas. É realmente muito apavorante.

- Isso é um portal. - Diz a Rainha, notando meu olhar de surpresa. - Ele te levará até aonde minha pedra está. Quando pegá-la, é só tocar esse colar em seu pescoço e dizer: Abrum portalis e outro portal se abrirá, quando atravessá- lo tem que pensar em voltar para cá e assim você retorna e seu namorado estará livre.

Olho surpresa para meu pescoço e lá se encontra um colar com uma pequena pedra preta no meio. Algo que não estava aqui antes.

- Mas e se algo der errado? - Pergunto.

- Laycon? - A rainha chama e eu, pela segunda vez tinha me esquecido do sujeito.

- Sim, minha Rainha. - Diz ele se curvando à ela.

- Dê a ela o pó de Ono.

- Mas... Rainha...- Ele contrapõe.

- É UMA ORDEM! - Ela grita tão alto que acho que todo o reino ouviu e o sujeito imediatamente me entrega um pequeno frasco com um liquido cinza dentro.

- Quando estiver com problemas é só atirar esse frasco ao chão. Agora vá. - Diz entediada. - Já tomou muito do meu tempo.

Eu tento tomar coragem. Quando atravessar esse portal eu sei que não poderei voltar atrás, mas salvar a alma de Cam era algo que eu precisava fazer. Eu tinha que fazer.

Eu me aproximo lentamente, o fogo das chamas não é real, óbvio, mas eu ainda assim tenho medo, mas quando toco nas chamas não sinto nada, só uma leve coceira. E quando estou prestes a me mergulhar para dentro do portal a rainha diz:

- Só um leve incentivo. Se você não voltar com a minha pedra, eu mato o seu namoradinho. - E sorri, enquanto meu corpo e alma são arrastados para dentro do portal.

ValentinaOnde histórias criam vida. Descubra agora