Capítulo 9

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Pelo tom roxo da perna dele, a lesão foi bem séria. Eu tentei fazer o meu melhor, retirei minha espada e estanquei o sangramento, mas provavelmente ele irá ter a perna amputada. Eu nem quero ver a reação dele quando souber dessa notícia.

E se ele morrer? Eu não posso pensar nisso. Como eu sairia dessa floresta?

Pelo tempo que estou aqui, já ouvi  uivos e gritos de várias criaturas diferentes. Então não quero me encontrar com elas.

Ele já esta dormindo a horas e eu não sei quando ela irá acordar. Espero que rápido, pois esse lugar está me dando arrepios.

Também há muitas perguntas rondando minha mente, e só ele pode responder. Porque ele não pode se curar? Será que ele irá cumprir nosso acordo? E porque essa pedra é tão valiosa?

Tiro o pedra do meu decote. Eu a coloquei lá antes de cairmos no portal e graças a deus ela não sumiu. Como pode uma coisinha tão pequena causar tanta confusão?

Eu tinha que chegar na Rainha o quanto antes, pois ela não era uma mulher muito paciente, e poderia descontar meu atraso em Cam.

Ouço um barulho que me desperta dos meus pensamentos.

Ele está acordando.

Primeiro ele olha para mim e depois para a sua perna. Parece que ele ainda sente dor, mas tenta não demonstrar. Quando eu acho que ele nunca vai dizer nada, ele se levanta. Ou tenta.

- Você não pode se levantar. - Digo quanto ele caí ao chão. - sua perna está muito ruim.

- O que você fez? - Diz ele com surpresa. - O que fez com a minha perna?

- Eu apenas estanquei o ferimento. Não deu para fazer mais nada. Você tem que procurar um curandeiro.

- Curandeiro? - Debocha de mim. - O Supremo Rei do Leste não precisa de curandeiro.

- Então diga ao Supremo Rei do Leste
que se ele não curar essa perna bem rápido, ela vai ser amputada. - Grito, sem ter noção de com quem estou gritando. Eu perdi minha cabeça? Ele poderia me matar a qualquer hora.

- Qual é o seu nome? - Pergunta ele, um pouco surpreso com a minha reação.

- Valentina. - Digo

- Então, Valentina - Diz - O que estava fazendo no meu reino?

Droga! Eu não poderia falar. Se soubesse que eu roubei a sua pedra, ficaria furioso e não me ajudaria.

- Eu... - Começo - Estava tentando salva uma pessoa que amo.

Isso é parte de verdade.

Ele olha para mim, não sei se acreditou no que eu disse. Pelo menos ele não me perguntou mais nada.

- Eu não vou conseguir me locomover sozinho - Diz ele, após um tempo - Mas quando chegarmos ao meu Reino você irá sofrer as devidas consequências de ter invadido meu reino.

- Eu sofro qualquer consequência. Só preciso chegar ao Reino do Norte primeiro. - Digo.

Tinha que voltar para salvar Cam e depois disso eu enfrentaria o meu destino, mesmo que fosse a morte.

- Ótimo. Então temos um acordo. Você me ajuda e eu te levo ao Reino do Norte e depois você terá um julgamento justo. Pois esta situação é sua culpa.

Julgamento justo? Isso significava me matar.

- Temos um acordo. - Eu não consigo dizer o porque, mas acho que ele não é de descumprir acordos. Eu acredito que ele realmente me levará a Rainha, antes do tal julgamento.

Ele fica me encarando, com esses olhos extremamente verdes, e parece que sua cabeça está fervilhando com tantos pensamentos.

- Agora, aonde estamos? - Pergunto, desviando o olhar.

- Pelo jeito- Diz olhando ao redor - Nós estamos na Floresta negra. No Reino do Oeste.

- O quê? Então estamos muito longe.

- É. Estamos. - Concorda.

- Você não pode criar um portal? - Pergunto.

- Portais não se criam dessa forma. É muito trabalhoso conseguir fazer um, e eu não tenho poderes aqui. - Diz como se eu fosse uma idiota.

- Porque não tem poderes aqui?

- Porque. - Diz com raiva - graças a você, estamos no Reino do Oeste.

Por isso ele não conseguia se curar. Os poderes dele não funcionam em outros reinos.

- Então como vamos sair daqui? - Pergunto.

- Só há portais nos castelos de cada reino. Vamos ter que ir andando e orar para que nada de muito ruim se encontre com a gente.  - Diz como se não acreditasse realmente que nós sairiamos dali sem encontrar algum tipo de criatura.

- Então vamos. - Digo, abaixando para ajudar o Rei do Leste a se lavantar.



ValentinaOnde histórias criam vida. Descubra agora