Recomeço

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Depois de um tempo eu tive alta, fui ao abrigo e peguei a minha filha, ela me deu um abraço, entre lágrimas disse.
- Mamãe, eu sabia que viria.
Te amo, e o moço disse que papai nunca mais vai te machucar.
Eu disse que sim, e a levei em casa, e dormimos juntas aquela noite.
No dia seguinte a porta bateu, era reportagem, fui convidada a dar meu depoimento sobre a minha vida, eu contei tudo.
Recebi ajuda, agora eu moro em outro lugar, tenho meu negócio, tenho um salão de beleza, ainda vou a psicólogos e também a minha filha, mas estamos felizes pois todo o mal acabou.
       Um ano depois

Ana está frequentado a creche, ela tem quatro anos, eu tenho meu salão, e nos finais de semana ajudo a uma ONG, eles ajuda as mulheres vítimas de seus companheiros a seguir a vida, e saber que elas não estão sozinhas, era uma segunda-feira quando eu tive coragem e visitei o túmulo de Victor, eu chorei, chorei pelos anos perdidos, pelo sofrimento que passei calada, e pelo último presente que me deu, um filho que agora iria completar um ano de idade.
- Victor, depois de tudo eu não posso dizer que te perdoei, mas, posso dizer que meu filho está bem, ele se chama Emanuel.
Virei as costas e sai, não gosto de me lembrar daquele dia em que quase morri, e um mês em coma, o resultado disso tudo um filho que quase morreu em meu ventre.
Mas o pior não é isso, é as sequelas que fica. Uma filha traumatizada, e um filho deficiente visual, mas com Deus, vou juntando os pedacinhos e recomeçando uma vida nova.
Hoje eu digo:
Chega de Apanhar...

Chega de Apanhar Onde histórias criam vida. Descubra agora