"A verdadeira violência, a violência que percebi que era indisculpável, é a violência que fazemos com nós mesmos, quando temos medo de ser quem realmente somos."
Acordo com o susto de ter caído do sofá. Sinto uma leve dor nas costas, provavelmente pelo fato de meu sofá não ser tão macio como os marshmallow's do Misty Coffe's. Visto uma camisa e vou ao banheiro lavar o rosto e escovar os dentes. Percebo que meu pai não está em casa, então ligo o pequeno rádio que fica no corredor do andar de cima. logo começa a tocar End Of Time (live at Roseland). Fui até meu quarto acordar Megan, que havia passado a noite em minha casa. Entro no quarto e não encontro ela deitada na cama, olho ao redor para ter certeza, pois eu poderia estar vendo errado por conta do sono, mas ela realmente não estava no cômodo. Já que ela não estava em meu quarto ela só poderia estar na cozinha, desci as escadas e fui atrás dela.
- Bom dia, Batatinha! - Lá estava ela passando creme de avelã na torrada, se lambuzando um pouco, pois estamos falando de Megan.
- Bom dia Palhacinho! - Ela se vira e me olha de cima a baixo com um olhar diferente, sensual e malicioso. - Você acorda tão sexy, vamos ali fazer o que não fizemos ontem de noite, gatinho!
Olhamos um para o outro e começamos a rir. Nós vivíamos fazendo esse tipo de brincadeira um com o outro. Vou até o balcão da cozinha e pego uma faca, deslizo ela no pote de creme de avelã e em seguida passo na torrada.
- Pega o suco que está na geladeira por favor. - Digo antes de morder a torrada.
- Tirou alguma conclusão do que você estava me falando ontem? sobre a Chloe? - Perguntei enquanto pegava os copos no armário.
- Até o fim do dia eu decido, não posso ser precipitada, coisas como essa precisam ser pensadas. - Ela me diz com uma expressão indiferente, talvez ainda não estivesse acordada totalmente.
- Eu só trabalho com a certeza, querida. Até o fim do dia eu vou querer saber mesmo, ok?
- Ok Palhacinho. - Ela me dá um meio sorriso e come uma torrada.
(...)
Hoje eu não teria compromisso, então deixei Megan em sua casa e fui até o centro da cidade comprar umas coisas para meu quarto. Deixei o carro do meu pai no estacionamento, (que não cobravam muito por hora) e resolvi ir primeiro na livraria. Entrei e fui para a parte das histórias em quadrinhos e revistas. Havia a HQ dos Fugitivos (The Runaways) e precisei comprar, eu amo histórias em quadrinhos de heróis adolescentes, simplesmente porque os adultos não botam tanta fé no trabalho deles e mesmo assim eles estão sempre lá para ajuda-los.
Em seguida fui na Ü-art, simplesmente a melhor loja de pôster do mundo. Semana passada eu havia encomendado um pôster de American Horror Story: Coven. Junto do meu novo pôster, comprei uns adesivos de bandas e de heróis. Agora já havia comprado tudo o que precisava. Antes de ir parei para tomar um sorvete.
(...)
Cheguei em casa, cumprimentei meu pai e subi para o meu quarto. Joguei as coisas em cima da cama e abri o Twitter. Eu tinha uma notificação, era sobre uma festinha que aconteceria na casa do Carlos e eu havia sido convidado. Com certeza eu iria, só iria tomar um banho antes.
Vesti minha camisa branca do Imagine Dragons, minha calça skinning preta, meus sapatos vermelhos e amarrei minha xadrez vermelha na cintura.
- Vestido para matar! - Disse a mim mesmo em frente ao espelho enquanto ajeitava o cabelo.
Pensei em chamar a Megan, mas geralmente as festas do Carlos têm drogas, e Megan evita drogas como evita a morte.
Cheguei e estacionei meu carro (na verdade o carro é do meu pai, mas deixa assim), e fui de encontro a uns colegas de escola que estavam na festa. Não tinha tanta gente, felizmente só tinha a galera suave, os jovens seguidores de Deus estavam no convento ou no retiro, e os jovens religiosos que restaram estavam em casa estudando ou qualquer outra coisa que não era da minha conta.
Peguei uma latinha de refrigerante e liguei o hometheater gigante de Carlos. Coloquei Party People (Dirty Version) para começar a noite. Tayte, Holly, Trish e John eram uns amores, eram Hétero, gay, lésbica e hétero respectivamente, e isso não era o melhor deles. O que eu mais gostava neles é que eles não se importavam com o que o pessoal da igreja pensavam deles, eram simplesmente "foda-se" pra isso, viviam a vida da forma que queriam, eu amava isso neles. Infelizmente eles resolveram fumar do lado de fora, eu fiquei sentado no sofá já que não fumava e não curtia muito a fumaça de cigarro. Como estava sozinho novamente resolvi verificar minhas mensagens, mas aí começou a tocar Partition da Beyoncé. Só fechei os olhos e esvaziei minha mente, meu único sentido era a audição. Enquanto eu estava com os olhos fechados eu sentia uma presença na sala, como alguém me observando. Não poderiam ser os 4 pois demoravam um pouco mais para fumar e Carlos estava dando em cima das meninas no quarto de cima. Abri os olhos e não vi ninguém ao redor, então fechei os olhos novamente.
- Essa música é realmente a sua cara!
Abro os olhos novamente. Reconheço essa voz, era Scott.
- O que você está fazendo aqui? - olhei desconfiado, mas acho que não consegui esconder um sorrisinho bobo enquanto levantava para cumprimenta-lo. - E o que quer dizer com isso?
- Conheci Carlos num Resort. ele foi a primeira pessoa desta cidade que conheci. - ele aperta minha mão de volta e balança o corpo no ritmo da música. - Partition é uma música intensa, sabe? faz com que você se sinta livre e determinado.
- E eu desperto isso em você? - dou um sorriso malicioso.
- Bom.... ainda não sei o que é, mas podemos descobrir num lugar mais calmo e mais reservado! - Scott olha nos meus olhos e segue na minha direção.
Meu celular toca, é meu pai. Rejeito a chamada.
- Antes disso, preciso saber como você sabe meu sobrenome, e sei que não foi Carlos que te falou. - Eu dou um passo para trás, lutando contra minha vontade de beijar aqueles lábios.
Meu celular toca novamente, reviro os olhos e escolho atender.
"Alô Matt, seu pai teve uma queda de pressão, estamos aqui no pronto socorro, estamos te esperando aqui. Ah, caso não tenha reconhecido a voz sou eu, sua vizinha Marlene, venha rápido"
- Foi mal, desta vez eu é que preciso ir, meu pai está no hospital, desculpa! - Acenei rapidamente e corri para meu carro.
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Aos Olhos De Megan e Matthew
Teen FictionUm casal de amigos, moradores de Faith City, acostumados com uma vida pacata logo se vêem com um estranho pensamento em relação à vida. Agora juntos vão embarcar para uma grande aventura atrás da verdade, o que os aguarda?, descubra aqui.