8° Capítulo: Matthew

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"Desta vez ... espero que estas sejam as flores da esperança que nunca morrem."


Abro os olhos e a primeira coisa que vejo são estrelas, as mesmas que colei no teto do meu quarto quando tinha 15 anos. Aquele foi um momento particularmente especial para mim, pois eu havia decidido que não me importaria como fosse o mundo, só me importaria mesmo como seria minha vida. Aí decidi colar estrelas no teto porque elas simbolizam todos meus sonhos e ao mesmo tempo as barreiras que eu enfrentaria na vida. Levantei da cama e fui para o banheiro lavar o rosto. Tudo o que eu tinha vivido até ali era passado, um passado pecaminoso. Eu não seguiria aquele caminho da vida, o caminho da homossexualidade e outros pecados, eu tentaria seguir a vida da forma correta, como a do pastor Poole. Sei que não basta acordar e decidir que gosto de mulheres ou que vou parar de frequentar festas, vou devagar e quando eu perceber já estarei sendo um membro da igreja.

Peguei o carro do meu pai, que ainda estava no hospital em estado de atenção por conta do desmaio e fui para a igreja. Quando estacionei o carro lembrei-me de Megan, ela havia deixado uma camisa cinza com uma estampa de batata frita no banco traseiro. Uma lágrima surgiu em meus olhos, queria que ela estivesse aqui comigo.

A igreja estava vazia, exceto pelo pastor, que estava ajoelhado em frente a uma imagem no vidral. Esperei até que ele terminasse a oração e quando ele se virou abriu um largo sorriso. Conversamos e ele disse-me para ir ao hospital ficar ao lado de meu pai, orando cada vez mais, e falou para eu não me preocupar com Megan, por que um dia ela abrirá os olhos e enxergará que este caminho que ela está seguindo não é correto.

Voltei para o carro, mas antes de acelerar eu parei e fiquei pensando. Será que eu estava fazendo a coisa certa? não é errado eu começar a acreditar num suposto Deus somente para ter a saúde do meu pai de volta? Mesmo que fosse errado eu precisava disso, mesmo que lá no fundo eu não acreditasse em absolutamente nada eu precisava pelo menos tentar, não por mim, mas pelo meu pai, aquele que sempre lutou por nós dois.

- Se Megan prefere que seja assim, então será assim. Eu arranjo uma outra noiva nem que seja a última coisa que eu faça. - Depois disso eu fui direto ao hospital.

Chegando lá, encontro o doutor ruivo e atraente que Megan havia comentado. Ele era realmente lind... Afasto esses comentários da cabeça, agora preciso pensar e agir de forma correta, além do mais ele é comprometido, pois está usando anel de compromisso. Faço um cumprimento rápido e vou para o quarto onde meu pai está. Dói vê-lo nesta situação, dói muito, porem é algo passageiro.

Fico no quarto durante horas, esperando algum sinal de vida de meu pai, mas isso não acontece. O médico falou que ele só dará respostas ao tratamento quando receber um coração novo. Entediado, saio do quarto e vou dar uma volta pelo hospital, afim de encontrar algo como uma livraria ou qualquer outra coisa que não tenha naquele quarto.

Não acho nada de interessante no hospital, o que é fato, pois é um hospital, então vou caminhar pelos arredores. De repente começo a sentir dor de cabeça e minha visão fica embaçada, ando alguns passos até a parede para apoiar-me. Respiro fundo com esperança da tontura repentina parar, mas não adianta. Minha cabeça começa a doer cada vez mais e finalmente eu caio na calçada ao lado de uma moita.



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